Deveres e Responsabilidades dos Profetas

09:59 - 2021/06/16

Deus ordena ao Profeta (S.A.A.S.) para que explique às mentes simples do povo, e também aos adversários, o conhecimento nos estágios primários e que seja em seguida uma firme fundação para o raciocínio realizado, guiando-os pela pregação. Isto resulta na purificação da mente e da alma e, como um estágio final, impede-os de estabelecerem um raciocínio equivocado, dialogando com eles e convencendo-os.

 

Deveres e Responsabilidades dos Profetas

Os profetas escolhidos de Deus tiveram certas responsabilidades para com Ele e as pessoas. Esta lição tem por objetivo discutir estas responsabilidades.
Nossa discussão aqui não abrange matérias como o estabelecimento de uma sociedade monoteísta ou um governo profético, não significando que estas matérias não tenham sido parte da missão dos profetas. Estes pontos definitivamente foram objetivos deles, e os profetas vieram para estabelecer a sociedade ideal para a humanidade. De fato, a responsabilidade, ou missão, aqui significa a mudança que os profetas efetuaram dentro do ser humano, pois fundar uma sociedade justa e monoteísta é impossível sem seres humanos formados para isso, do mesmo modo como uma revolução social é inseparável de uma revolução interior nas pessoas. Esta mudança e esse estímulo se originam do coração do Profeta, envolve o coração das pessoas e finalmente leva a um movimento transformador interno em meio aos indivíduos despertos e fiéis. Se os meios de semelhante provocação estiverem disponíveis (pelos quais os Profetas são responsáveis) então é o tempo para construir a sociedade e estabelecer o sistema monoteísta.

Agora, estudaremos as responsabilidades dos profetas nas seguintes palavras do Príncipe dos Fiéis (que a paz esteja com ele): “(...) Então Ele (Deus) enviou Seus Mensageiros e Profetas aos povos para que cumprissem o compromisso de Sua Criação, para que recordassem a eles Suas Graças para os exortarem pela pregação, para desvelarem as virtudes ocultas da sabedoria e para que mostrassem os sinais de Sua Onipotência (...)”
Com esta plataforma geral, os profetas se ligaram ao povo e a seus anseios íntimos, com esses objetivos e estas maneiras de desenvolver interiormente os seres humanos, iniciaram sua missão e sobre estas mesmas bases se empenharam em estabelecer a comunidade Islâmica. Assim, em todas as dimensões da comunidade Islâmica, na educação, na economia, no governo, nas relações humanas, etc, nada que seja contraditório a estes objetivos deve ser encontrado.
Por exemplo, se em uma comunidade Islâmica algo crie negligência ao invés de “recordação” isto será contrário à filosofia essencial da designação profética. De fato, todos os sinais sociais de um sistema Islâmico, todas aquelas coisas que constituem a menor e maior estrutura de uma comunidade Islâmica devem induzir as pessoas à “(...) preencherem os requisitos de sua criação (...)”.

Estes cinco programas (aos quais o Príncipe dos Fiéis (que a paz esteja com ele) se refere) foram compensatórios às deficiências existentes entre as pessoas na época da ignorância quando os profetas ainda não tinham sido enviados. Deficiências e fraquezas mencionadas no mesmo sermão, que já analisamos antes. “(...) No decorrer do tempo muitos indivíduos perverteram a confiança de Deus para com eles (...)”.

O que é esta confiança ou este pacto? É a absoluta submissão do ser humano a Deus, ele tem um compromisso para com Deus, que é adorar unicamente a Ele. Adorar a outros senão Deus significa submissão a outrem, quer sejam elas submissões mentais, físicas, doutrinárias ou práticas. O ser humano é realmente responsável de não se submeter a ninguém senão a Deus, mas isto não significa que uma pessoa tenha que aceitar esta responsabilidade sem que tenha poder e livre arbítrio para rejeitá-la. A natureza do ser humano e seu mecanismo interno se conformam ao serviço e a adoração a Deus.
Estas estão, de fato, ocultas na natureza primordial do gênero humano. O Alcorão Sagrado diz: Porventura não vos prescrevi, ó filhos de Adão, que não adorásseis Satã, porque é vosso inimigo declarado? E que Me agradecêsseis, porque esta é a senda reta?”(C.36.V.60.61).

Depois da designação, os profetas conclamaram os seres humanos a destruírem a inovação e a distorção que haviam efetuado no pacto com Deus, e que estabelecessem contato com Ele, baseando-se em seu pacto “(...) que preenchessem os requisitos de sua criação (...)”. Isto é a própria retirada das deficiências da época da ignorância, a era “(...) em que a posição de Deus permanece desconhecida (...)”. A época em que os profetas vieram para recordar as bênçãos divinas.

Conclamar as pessoas para que cumpram o seu pacto natural com Deus não é uma matéria complementar. Tem um feral e, ao mesmo tempo, absoluto conceito envolvendo a propagação por meio de meras palavras, proporcionando aos endereçados um argumento final e ensinando a purificação das pessoas através de um comportamento disciplinado. No Alcorão Sagrado temos: “Convoca os humanos à senda de teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação, e dialoga com eles de maneira benevolente (da melhor maneira)...”(C. 16 - V. 125).
Neste versículo, Deus ordena ao Profeta (S.A.A.S.) para que explique às mentes simples do povo, e também aos adversários, o conhecimento nos estágios primários e que seja em seguida uma firme fundação para o raciocínio realizado, guiando-os pela pregação. Isto resulta na purificação da mente e da alma e, como um estágio final, impede-os de estabelecerem um raciocínio equivocado, dialogando com eles e convencendo-os.

Com respeito a seu relacionamento com os seres humanos, os profetas estavam obrigados e tinham como responsabilidade remover os obstáculos mentais. Assim, aqueles indivíduos ou regimes que criavam tais obstáculos se opunham e lutavam contra os profetas. Conseqüentemente, a convocação dos Profetas para que as pessoas cumprissem seu pacto natural ia da sabedoria e do raciocínio para o Jihad Islâmico (o esforço espiritual e religioso na senda de Deus) para que se removam os obstáculos.
O pacto natural e a natureza primordial do gênero humano (a adoração unicamente a Deus) estão em conformidade com a estrutura natural de todo o universo. Portanto, todos os decretos e regulamentos da Lei Divina, que são incumbências aos seres humanos, se conformam a natureza humana.
Isto é evidenciado em vários versículos do Alcorão Sagrado: “Volta o teu rosto para a religião monoteísta. É obra de Allah, sob cuja qualidade inata Allah criou a humanidade. A criação de Allah é imutável(C. 30 - V. 30).

Na Surata Ar-Rahman (O Clemente) alguns dos versículos falam da estrutura e dos atributos da humanidade e do tempo da criação tais como: “O Clemente, ensinou o Alcorão, criou o homem (...)”, outros se referem aos fenômenos naturais:(*) O sol e a lua giram (em suas órbitas).(*)E as ervas e as árvores prostram-se em adoração.(*) E elevou o firmamento e estabeleceu a balança da justiça”. (C.55)
Há de se perceber aqui que por “prostrar-se em adoração” o Alcorão Sagrado quer dizer que os fenômenos naturais se encontram num estado de submissão a Deus, e se movem de acordo com regras e leis específicas.
Deve-se também observar que a balança nada tem a ver com o Sol, a Lua ou as plantas, mas exclusivamente com as boas ou más ações da humanidade para que sejam reconhecidas e pesadas.
Então, o Alcorão Sagrado continua: 8. Para que não defraudeis no peso, 9. Pesai, pois, escrupulosamente, e não diminuais a balança”. (C.55)
Isto significa que os seres humanos não devem violar as leis da criação e as leis religiosas que estão em um estado de equilíbrio e conformidade.
Da orientação do Islam VI - Lições do Nahjul Balaghah .p 75-78

De fato, a responsabilidade, ou missão, aqui significa a mudança que os profetas efetuaram dentro do ser humano, pois fundar uma sociedade justa e monoteísta é impossível sem seres humanos formados para isso, do mesmo modo como uma revolução social é inseparável de uma revolução interior nas pessoas. Esta mudança e esse estímulo se originam do coração do Profeta, envolve o coração das pessoas e finalmente leva a um movimento transformador interno em meio aos indivíduos despertos e fiéis.

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