O ser humano na perspectiva do Islã 2

11:04 - 2021/07/05

A referência de superioridade entre as pessoas

Um ser humano não é superior a outro, exceto nas perfeições espirituais que ele atinge. O melhor das perfeições que constituem a referência de preeminência e superioridade é a piedade. Como diz o Alcorão Sagrado:

“Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente”.[1]

Com base nisso, no ponto de vista islâmico, as particularidades genéticas, geográficas e outras não constituem causa de discriminação, nem justificatificação para ser orgulhoso, vaidoso e se considerar superior aos demais.
 

[1] Alcorão sagrado. C.49, V.13.

A imutabilidade dos princípios morais
Os princípios morais que constituem na realidade os princípios de identidade do ser humano e que têm raízes na fitrah ou natureza primordial do ser humano, são princípios imutáveis ​​e eternos que não se alteram com o passar do tempo e com a ocorrência de alterações e evoluções sociais.
Por exemplo, a virtude de cumprir convênios e promessas ou a virtude de retribuir a bondade com bondade são questões eternas e realidades absolutas e imutáveis. Esses princípios morais nunca mudarão. É também o julgamento sobre a vileza de trair e não cumprir a promessa.
Com base nisso, dizemos que na vida social da humanidade existe uma série de princípios e fundamentos que estão amalgamados com a fitrah ou natureza primordial e essência da humanidade, e que são imutáveis ​​e eternos.

O Sagrado Alcorão apontou alguns desses princípios e fundamentos morais e estáveis ​​como segue:
“A retribuição à bondade não é, acaso, a própria bondade?”.[1]
“...Não há motivo de queixa contra os que fazem o bem,..”.[2]” porque Deus não frustra a recompensa dos benfeitores”.[3]
Deus ordena a justiça, a caridade, o auxílio aos parentes, e veda a obscenidade, o ilícito e a iniqüidade”.[4]

A relação entre o ser humano e os fenômenos do universo
As ações e atitudes do ser humano, além de trazerem consigo uma recompensa ou um castigo segundo eles no Dia do Juízo, não estão isentas de consequências boas ou más neste mundo, visto que existem forças intelectuais e pensantes que no Sagrado O Alcorão foi descrito pelo nome de Al-Mudabbirât (os administradores). “Arranjadores (para a execução) das ordens (do seu Senhor)!”.[5]

Essas forças administram os negócios do cosmos com o consentimento de Deus e, em relação às ações humanas, sejam boas ou más, não se comportam como meros espectadores. Na realidade, em relação às ações do ser humano, existem alguns fenômenos no mundo que surgem desses “mudabbirât” e constituem uma reação às ações da pessoa. Essa é uma realidade que foi revelada pela Revelação Divina, e que também o ser humano inferiu até certo ponto através de seu conhecimento.
Existem muitos versículos no Sagrado Alcorão a esse respeito, dos quais mencionamos o seguinte a título de exemplo:
“Mas, se os moradores das cidades tivessem acreditado (em Deus) e O tivessem temido, tê-los-íamos agraciado com as bênçãos dos céus e da terra”.[6]

A relação entre o desenvolvimento ou atraso das pessoas e entre suas crenças e morais
O desenvolvimento ou atraso dos povos decorre de causas e fatores internos que, na maioria das vezes, retornam às suas crenças e morais e, consequentemente, ao seu próprio comportamento, além de alguns fatores externos.
Certamente, este princípio não contradiz o princípio divino da intervenção da Divina Providência, visto que este princípio (isto é, a influência do comportamento das pessoas em seu destino) é ele mesmo uma manifestação da Vontade Divina geral.
Em outras palavras, a Vontade Divina geral se materializou no fato de que os povos constroem seu próprio destino, como a sociedade que constitui suas relações sociais baseadas na justiça alcança uma vida boa e estável. E lamentável é a situação da comunidade que constitui de forma contrária suas relações sociais.

Este princípio é o que é chamado, de acordo com os termos do Alcorão Sagrado, as tradições ou práticas divinas (as-sunan al-ilahîah), uma vez que diz:
“..quando um admoestador lhes chegou, nada lhes foi aumentando, senão em aversão, Em ensoberbecimento na terra e em conspiração para o mal; todavia, a conspiração para o mal somente assedia os seus feitores. Porventura, almejam algo, além da sorte dos povos primitivos? Porém, nunca acharás variações na Lei de Deus; e nunca acharás mudanças na Lei de Deus”.[7]
E disse: “Não desanimeis, nem vos aflijais, porque sempre saireis vitoriosos, se fordes fiéis. E tais dias ( de infortúnio) são alternados, entre os humanos,..” .[8]

 

[1] Alcorão sagrado. C.55, V.60.

[2] Alcorão sagrado. C.9, V.91.

[3] Alcorão sagrado. C.11, V.115.

[4] Alcorão sagrado. C.16, V.90.

[5] Alcorão sagrado. C.79, V.5.

[6] Alcorão sagrado. C.7, V.96.

[7] Alcorão sagrado. C.35, V.42-43.

[8] Alcorão sagrado. C.3, V.140.

 

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