A imposição e a escolha II Quem escolhe Deus?, ou nós?.

10:07 - 2021/10/19

As escolas islâmicas discordaram no que diz respeito a questões do Jabr (Obrigatoriedade) e Tafwidh (Delegação) para três grupos:
a primeira diz que o ser humano é obrigado a praticar suas ações por meio da obrigatoriedade imposta sobre ele e que ele não possui nenhuma outra escolha em sua prática, e que suas práticas representam a vontade de Deus.
A segunda diz que Deus o Altíssimo delegou ao ser humano a total independência em suas práticas e que ele é totalmente independente de Deus em suas ações e escolhas.
E a terceira escola, que representa a escola Imamita, escolheu um caminho intermediário entre o Ifrat da primeira (exagero) e o Tafrit da segunda (suavidade), acredita que não há nem obrigatoriedade e nem delegação total, e sim um caminho intermediário.

Quem escolhe? Deus ou nós?

A imposição e a escolha P 2

Quem escolhe? Deus ou nós?
O Mensageiro de Deus (A.S.) disse: “Deus o Altíssimo glorificado disse: Ó fi lho de Adão, fui Eu quem quis você e você é o que você quer, com a minha vontade você existiu, Tu que és aquilo que sua vontade deseja, e com a minha graça sobre ti você poderia resistir a me desobedecer, e com minha força, auxilio e saúde você praticou suas obrigações. Sou mais merecedor de suas boas ações e tu és o mais merecedor das suas más ações. As bondades seguem de mim sobre ti por aquilo que observou de bondade e o castigo do mal recai sobre ti resultante de suas próprias práticas. E com a minha graça a ti te fortaleci para a minha obediência, e pela sua má suspeita você desistiu da minha misericórdia, e tu serás recompensado pela tua bondade, não deixei de te aconselhar, não se orgulhe de forma egoísta, não te obriguei a fazer mais do que sua capacidade e não te cobrarei senão por aquilo que fizestes”.
Além da crença do Jabr (obrigatoriedade), que recai sobre o Ifrat (exagero), há uma outra crença chamada de Tafwidh (delegação) que recai ao lado do Tafrit (suavidade). Aqueles que creem no Tafwidh (delegação) acreditam que Deus nos criou e deixou tudo em nossas mãos sem que tenha condição nenhuma de interromper nossas ações e práticas. E com base nisso temos a liberdade total e independente naquilo que praticamos, sem que ninguém nos interrompa ou se intrometa.
Sem dúvida alguma esta teoria não é compatível com o princípio da unicidade, pois a crença na unicidade de Deus nos ensina que tudo pertence a Deus, e nada sai do seu domínio, e entre tais aquelas ações que praticamos por livre arbítrio, escolha e liberdade, senão isso seria politeísmo. Em outras palavras: não podemos dizer que há dois deuses, o primeiro é o maior, o criador deste universo, e outro Deus menor que é o ser humano, que pratica tudo independentemente e com total liberdade do Deus maior, o qual não pode impedi-lo e nem se intrometer em suas ações.
Isso certamente é politeísmo na devoção. Portanto nós temos que considerar que o ser humano é o dono da escolha naquilo que pratica e ao mesmo tempo cremos que Deus é o soberano sobre ele e sobre suas práticas.

Portanto, as escolas islâmicas discordaram no que diz respeito a questões do Jabr (Obrigatoriedade) e Tafwidh (Delegação) para três grupos:
A primeira diz que o ser humano é obrigado a praticar suas ações por meio da obrigatoriedade imposta sobre ele e que ele não possui nenhuma outra escolha em sua prática, e que suas práticas representam a vontade de Deus.
A segunda diz que Deus o Altíssimo delegou ao ser humano a total independência em suas práticas e que ele é totalmente independente de Deus em suas ações e escolhas.
E a terceira escola, que representa a escola Imamita, escolheu um caminho intermediário entre o Ifrat da primeira (exagero) e o Tafrit da segunda (suavidade), acredita que não há nem obrigatoriedade e nem delegação total, e sim um caminho intermediário.
E como este assunto é muito complexo vamos citar aqui alguns exemplos para explicar melhor: vamos supor que você está dirigindo um trem elétrico, certamente este trem precisa de uma conexão elétrica que por meio de um condutor de eletricidade a traz da usina geradora de eletricidade até o trem de uma forma contínua, de tal maneira que se a conexão de eletricidade caísse por um único segundo o trem também pararia imediatamente. É obvio que você pode decidir parar o trem quando quiser ou aumentar ou diminuir a velocidade do trem durante a viagem, mas mesmo tendo esta liberdade a pessoa que está na usina elétrica pode cortar a conexão da eletricidade e parar seu movimento na hora que quiser. Isso porque todo o seu poder sobre a movimentação do trem está baseado na eletricidade, a qual é controlada por uma outra pessoa que não é você. Se observarmos atentamente este exemplo saberemos que mesmo o condutor do trem tendo a liberdade de movimentar ou paralisar o trem ele depende de uma outra pessoa.
Outro exemplo: vamos supor que alguém sofreu uma paralisia em seu braço depois de um trágico acidente e não consegue mais movimentá-lo, mas conseguimos interligar os nervos do seu braço à energia elétrica e devolver os seus estímulos e movimentos. Agora, se esta pessoa, ao retomar os movimentos do braço, cometer um crime e matar ou ferir alguém certamente que a responsabilidade de tal ato será dela, pois ela tinha o poder de escolha, e com isso ela se responsabilizará por suas ações.
Mas a pessoa que fez a conexão da energia elétrica em seu braço seria a dominadora da força sobre ela ao mesmo tempo que o dono do braço era totalmente livre e independente em sua escolha e sua ação. 

A justiça - Asseyd Charif  Sayed Ameli. P.25, 26, 27

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