Sem dúvida, o Islã não faz distinção entre profetas e mensageiros divinos; visto que se considera que todos eles transmitiram a mesma verdade de seu Senhor, porém podemos ver que entre eles há, no entanto, alguns especialmente destacados por Deus com uma (missão) mais transcendente, seja porque iniciou um novo ciclo na humanidade, ou, porque ele trouxe uma nova lei, ou por causa do caráter universal de sua pregação, portanto, de acordo com o Islã, esses mensageiros são: Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad (S.A.A.S.).
Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad (S.A.A.S.), sendo este último aquele que pela sua mensagem eterna e rebelde a favor dos mais fracos, dos mais necessitados, uma mensagem que hoje após 14 séculos desde a seu falecimento, é seguida por mais de um quarto da humanidade, foi chamado o último mensageiro de Deus para a humanidade, precisamente porque sua mensagem proclama a igualdade perante a lei de todos os seres humanos, sem diferença de raça ou condição social, a dignidade da mulher, seu direito ao estudo, trabalho remunerado, para o usufruto de sua própria riqueza, casamento e divórcio; uma mensagem de justiça, igualdade e liberdade que se espalhou por toda a Arábia, onde existia uma sociedade idólatra e supersticiosa, em que os jogos de azar e bebidas alcoólicas, as danças diabólicas, onde as mulheres eram desprezadas, numa sociedade racista, corrupta onde existia, a violência, o roubo, Muhammad (S.A.A.S.) proclamou uma mensagem de justiça, igualdade e liberdade, que continua a defender os oprimidos contra o opressor.
E é justamente nessa visão de querer mostrar ao mundo a grande façanha que o Profeta Muhammad (S.A.A.S.) realizou, há mais de 1.400 anos, numa época em que existia a ignorância, onde a iniquidade e o mal eram generalizados, produto de guerras sangrentas, o aumento dos saques e da morte de filhas femininas, extinguiu quase por completo as qualidades morais daquele povo, visto que a sociedade árabe vivia o período mais escuro e triste de sua história; porque além de transmitir e revelar a mensagem de Deus, estabelecendo o Islã como a última religião, o Profeta (S.A.A.S) com sua sabedoria, tomo o controle da liderança da Ummah (comunidade) islâmica e, sob o lema da empatia entre os crentes, ele transformou a divisão e dispersão entre os muçulmanos em unidade e irmandade.
O Profeta Muhammad estabeleceu a irmandade entre os Al-Muhajirin (conhecidos como“ emigrantes” porque eles tiveram que emigrar deixando sua cidade natal e ir para Medina) e os Al-Ansar (os muçulmanos da cidade de Medina que receberam os Muhajirun como seus irmãos na fé e os defendeu contra os ataques do inimigo). Ele recitou o mais belo lema que já existiu entre todas aquelas pessoas presas na ignorância e na idolatria: "E apegai-vos, todos, ao vínculo com Deus e não vos dividais".[1]
E é também nessa visão, nessa linha, que o Profeta Muhammad (S.A.A.S), sempre se distinguiu por suas características opostas às normas gerais que reinavam na Arábia naquela época: Em uma sociedade idólatra e supersticiosa, ele era monoteísta e rejeitava as falsas crenças; em uma sociedade onde jogos de azar e bebidas intoxicantes eram abundantes, ele nunca se aproximou deles; em uma sociedade que amava música, danças, poesia sensual, ele sempre as rejeitou; em uma sociedade que menosprezava as mulheres, ele as valorizava e estabeleceu para elas numerosos direitos; em uma sociedade racista, ele defendeu a igualdade de todos os seres humanos; em uma sociedade onde a corrupção, a fraude e o roubo era comum, ele era chamado de "Al Amin" (o único digno de toda confiança).
Durante vinte e três anos, treze em Meca e dez em Medina, trouxou uma mensagem que proclama a igualdade perante a lei de todos os seres humanos, sem diferença de raça e condição social. Dignidade da mulher, seu direito ao estudo, a trabalho remunerado, usufruto dos próprios bens, o casamento e o divórcio. E essa mensagem era o Islã. Mas ele não trouxe uma nova religião, mas deu continuidade à Mensagem de todos os Profetas anteriores, sendo ele, o último deles, portanto, é também o selo da profecia.
“Mohammad não é senão um Mensageiro, a quem outros mensageiros precederam”[2].
Por tudo isso, foi anunciado por todos os Mensageiros que o precederam, e tal menção aparece na Bíblia:
"Vou suscitar para eles, entre seus irmãos[3], um profeta como você[4], vou colocar minhas palavras em sua boca, e ele vai dizer-lhes tudo o que eu lhe enviar." (Deuteronômio 18:18)
«E depois coloca o livro[5] diante de quem não sabe ler[6], dizendo:« Ei, leiam isso»; e ele diz: '' Não sei ler.''[7] (Isaías 29:12)
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. (João 14:16)
«Mas o Paráclito, o espírito santo[8], que o Pai enviará em meu nome, tudo vos ensinará e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito»[9]. (João 14:16)
« Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim»[10]. (João 15:26)
« Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei». (João 16: 7)
[1] Alcorão sagrado. C.3, V.103.
[2] Alcorão sagrado. C.3, V.144.
[3] Refere-se aos árabes, pois, são descendentes de Ismael (A.S) irmão de Isaque (A.S), ambos filhos de Abraão (A.S).
[4] Como Moisés.
[5] Refere-se ao Alcorão.
[6] O Profeta Muhammad (S.A.A.S) era analfabeto.
[7] Este versículo da Bíblia retrata com precisão o que aconteceu quando o Anjo Gabriel apareceu pela primeira vez a ele com a revelação ao Profeta Muhammad (S.A.A.S).
[8] Uma das qualidades dos Profetas é sua santidade ou infalibilidade.
[9] O Profeta Muhammad (S.A.A.S) confirmou Jesus (A.S) e sua mensagem.
[10] Isso é exatamente o que o Profeta Muhammad (P) fez, como parte de sua missão.