Interpretação do Alcorão -Báqara II

16:46 - 2021/11/14

Imam Ali Ibn Hussein (que a paz esteja com ele), que em um de seus ahadith2 ensina: “Os coraixitas e os judeus não acreditaram no Alcorão e disseram que era pura magia e que o Profeta o copiou de alguém. Então, Deus disse: ‘Alef, Lam, Mim. Eis o Livro...’, ou seja: ‘Óh, Mohammad, este é o Livro que Eu revelei a Ti, composto de letras das quais fazem parte o Alef, o Lam, e o Mim, e é formado de vosso idioma e de vosso alfabeto. Portanto, produzi algo semelhante a ele, se fordes capazes’.

Interpretação do Alcorão

Interpretação do Alcorão -Báqara  parte 2

É importante citarmos aqui que a época do politeísmo foi uma época de ouro da arte poética árabe. Os muitos documentos à nossa disposição comprovam que os árabes em geral, descalços, de aspecto rude e iletrados, desfrutavam de uma elevada sensibilidade nessa área da cultura. O que nos chegou de verso e prosa daquela época mostra o poder do povo que habitava a Península Arábica de criar belas e fnas expressões poéticas, que marcaram o apogeu da eloqüência na cultura local. Esse talento era claramente demonstrado em reuniões de declamação.

O mercado de Ucaz e outros a seu exemplo constituíam fóruns poéticos em que se expressava com clareza essa importância. Em Ucaz, além das transações comerciais e contatos sociais, havia um movimento cultural em que eram expostas as mais importantes obras de poesia e prosa, terminando com a escolha do que de mais belo foi produzido durante o ano. Os cerca de dez poemas denominados Mu’allakát (literalmente “Pendurados”) são um paradigma desse fato. O poema vencedor era considerado uma grande honra para o poeta e a tribo à qual ele pertencia.

Naquela época áurea da poesia árabe, o Alcorão surgiu para desafiar as pessoas: que produzissem algo similar a ele. Porém, mesmo usando todo o seu talento e experiência na arte da composição e declamação, os melhores entre os poetas árabes foram incapazes de fazê-lo. Uma testemunha cabal a respeito do signifcado das letras isoladas contidas no Alcorão Sagrado é o Imam Ali Ibn Hussein (a.s.), que em um de seus ahadith2 ensina: “Os coraixitas e os judeus não acreditaram no Alcorão e disseram que era pura magia e que o Profeta o copiou de alguém.

Então, Deus disse: ‘Alef, Lam, Mim. Eis o Livro...’, ou seja: ‘Óh, Mohammad, este é o Livro que Eu revelei a Ti, composto de letras das quais fazem parte o Alef, o Lam, e o Mim, e é formado de vosso idioma e de vosso alfabeto. Portanto, produzi algo semelhante a ele, se fordes capazes’.” Há uma observação que apóia o que apresentamos até aqui sobre a exegese das letras: Logo depois delas, segue imediatamente a menção da grandiosidade do Alcorão, e isso indica o vínculo entre as letras e a excelência do Livro Sagrado. Como exemplo, citamos os seguintes versículos:
1. “Alef, Lam, Ra. Eis o Livro com versículos fundamentais, intensamente elucidados por parte do onisciente, Prudentíssimo (...)[1]”.
2. “Tah, Sin. Estes são os versículos do Alcorão, o Livro esclarecedor (...).[2]
3. “Alef, Lam, Mim. Estes são os versículos do Livro Sábio (...).[3]
4. “Alef, Lam, Mim, Sad. (Eis aqui) um Livro, que te foi revelado (...).[4]
2. Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação.

Nós sabemos que a palavra “zálika” (aquilo), em árabe, indica coisa distante. Porém, como o Alcorão está entre as mãos das pessoas enquanto elas o lêem, deduzimos que, nestes casos, indica algo próximo. Daí traduzi-la por “eis”.

O motivo de utilizar o pronome demonstrativo que expressa distância é a evidência da elevação do Alcorão, como se, na sua grandiosidade, ocupasse a condição de uma pérola rara na existência. As letras “Alef” e “Mim” foram empregadas no Livro para demonstrar a sua qualidade. “Eis o Livro” tem o sentido de ser perfeito, assim como dizemos “eis o homem” ou “eis o herói”. Baseados nisso, o que se deseja com “Eis o Livro” é demonstrar a perfeição de sua orientação, a abrangência de todas as particularidades das quais trata, o que o torna algo grandioso, orientador por excelência dos seres humanos, em todos os setores da vida e em todas as épocas.

Revista Islâmica Evidências

 

[1] . Alcorão. 11:1

[2] . Alcorão 27:1

[3] . Alcorão 24:1-2

[4] . Alcorão. 7:1-2

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