No segundo exemplo o Alcorão descreveu a vida dos hipócritas como uma noite tenebrosa, aterrorizante, perigosa, tempestuosa, com relâmpagos quase cegando as vistas. O céu enche-se de estrondos, que castigam os tímpanos.
O segundo exemplo da vida dos hipócritas:
No segundo exemplo o Alcorão descreveu a vida dos hipócritas como uma noite tenebrosa, aterrorizante, perigosa, tempestuosa, com relâmpagos quase cegando as vistas. O céu enche-se de estrondos, que castigam os tímpanos.
Nesse clima preocupante o viajante perde o caminho, fcando num amplo espaço, sem abrigo nem cobertura, sem conseguir se proteger da chuva abundante, nem dos trovões, nem dos raios, sem se guiar na direção do caminho devido à escuridão.
O Alcorão descreve essa fgura da seguinte forma: “Ou como (aqueles que, surpreendidos por) nuvens do céu, carregadas de chuva, causando trevas, trovões e relâmpagos, tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos estrondos, por temor à morte; mas Deus está inteirado dos incrédulos. Pouco falta para que o relâmpago lhes ofusque a vista. Todas as vezes que brilha, andam à mercê do fulgor dele e, quando some, nas trevas se detêm e, se Deus quisesse, privá-los-ia da audição e da visão, porque é Onipotente.” (2:19-20).
É uma imagem preocupante, frenética, mesclada de inquietações, com perdição e extravio, com terror e medo, na qual se intercalam iluminação e escuridão: A palavra “Ou” indica o exemplo desses hipócritas, em sua indecisão mental e sua inquietação, “como nuvens do céu” – ou seja, à mercê da força dos ventos, é como as pessoas atin gidas pela tempestade se sentem – “causando trevas”, devido à chuva abundante, às nuvens negras, à neblina espessa, à noite tenebrosa; “trovões”, que soam ensurdecedores, aterrorizantes, “e relâmpagos”, que aparecem com força, num instante e outro, causando medo e terror. Refere-se, ainda, o versículo acima, aos indivíduos que, premidos pelas forças assustadoras da natureza, “tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos estrondos”, procurando amenizar o estrondo sobre seus ouvidos, “por temor à morte”, como as avestruzes que escondem a cabeça na areia para que o caçador não as veja.
Mas Deus está inteirado dos incrédulos”, pois nada há que passe despercebido por Deus, porque a hora chegará de todos os lados e, por mais de um motivo, nada os protegerá. Então, fcam parados, indecisos, sem saber para onde se dirigir: “Pouco falta para que o relâmpago lhes ofusque a vista” e a arranque por seu esplendor. Mas eles partem para se orientar por esse brilho de luz na escuridão: “Todas as vezes que brilha, andam a mercê do fulgor dele” e se movem na direção de seu objetivo: e, quando some, nas trevas se detêm”, fcam parados, indecisos perante a escuridão que não permite que vejam o caminho. Assim, permanecem em destruidora inquietação espiritual, entre a luz arrebatadora e a escuridão espessa.
Não conseguem ver o caminho na escuridão. É o movimento do hipócrita, vacilante entre a luz vinda do Alcorão e a escuridão oriunda da incredulidade: “e, se Deus quisesse, privá-los-ia da audição”, para nada ouvirem, “e da visão”, para nada verem, “porque é Onipotente.” Ele pode tirar-lhes tudo, mas dá-lhes oportunidade e prazo, estendendo-lhes a corda até fazer prevalecer o motivo e castigá-los.