A infalibilidade dos profetas e Ahlul Bait segunda a escola de pensamento xiita

16:25 - 2021/12/19

A escola de pensamento xiita sustenta que todos os Profetas de Allah, de Adão até Muhammad, bem como os doze sucessores (Imams) do Profeta Muhammad e sua filha, Fatima az-Zahra foram infalíveis ao longo de suas vidas e eles não fizeram cometer nenhum tipo de pecado que tenha provocado a ira de Deus, o caminho mais claro de ver este ponto é considerar que essas pessoas foram os modelos, enviados para a humanidade, então, se cometessem pecados, as pessoas imitariam seus erros, perdendo a confiança nos profetas e mensageiros.

A infalibilidade dos profetas e Ahlul Bait segunda a escola de pensamento xiita

 

Infalibilidade significa proteção na terminologia islâmica, isso significa a graça espiritual de Deus permitindo que uma pessoa se abstenha de pecados por sua própria vontade. A faculdade da infalibilidade ou sem pecado não torna a pessoa incapaz de cometer pecados, a pessoa se abstém deles e de cometer erros por sua própria força e vontade.

A infalibilidade é necessária para profetas e mensageiros porque sua tarefa não é apenas transmitir as escrituras de Deus, mas também conduzir e guiar a Humanidade para o caminho certo, portanto, eles devem assumir o papel de modelos e exemplos perfeitos para toda a humanidade.
Ao mesmo tempo, o sagrado Alcorão e a sabedoria convencional ilustram esse ponto; o sagrado Alcorão menciona a infalibilidade treze vezes, Alá diz a Satanás: "'Em verdade, você não terá poder sobre meus servos, exceto sobre os perdidos que te seguem."[1] Satanás respondeu assim a Alá: "Então eu juro por Seu poder para enganar todos eles, exceto aqueles entre eles que são Seus servos puros (os mensageiros e os Imames)[2].

Há alguns versículos no sagrado Alcorão que parecem implicar que alguns dos profetas (como Adão, Moisés ou Jonas) cometeram pecados. Quanto ao Profeta Adão, ele não desobedeceu às ordens de Deus; a ordem que ele não cumpriu foi apenas uma recomendação, não uma obrigação, portanto - de acordo com a terminologia islâmica - ele não cometeu um pecado. Ao falar da "desobediência" do Profeta Adão, o Sagrado Alcorão não se refere à desobediência em termos literais; isso significa que não se esperava que uma pessoa como o Profeta Adão, que foi um líder para a humanidade que foi um líder para a humanidade, portanto, tal ato é alegoricamente qualificado como um pecado no sagrado Alcorão: “Havíamos firmado o pacto com Adão, porém, te esqueceu-se dele; e não vimos nele firme resolução. E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram menos Lúcifer, que se negou”. [3]

Quanto ao Profeta Moisés, o sagrado Alcorão o menciona assim:
“Pois me acusam de crime e temo que me matem”.[4]

Essa acusação ocorreu quando ele golpeou um homem e o matou inadvertidamente. Naquela época o Profeta Moisés estava defendendo um dos homens de sua tribo, quando ele golpeou o homem do povo de Faraó, o que aconteceu foi que ele estava tão fraco que caiu no chão e morreu. O profeta Moisés não tentou assassiná-lo e se ele fugiu de cena foi porque não queria ser capturado pelo Faraó e seus homens, que o procuravam. Quando o Profeta Moisés diz que estes "o acusam de crime", ele está reiterando as acusações do povo de Faraó, não necessariamente acreditando que essas acusações sejam verdadeiras.
O Profeta Younes é semelhante. O Alcorão diz: “E (recorda-te) de Dun-Num quando partiu, bravo, crendo que não poderíamos controlá-lo. Clamou nas trevas: Não há mais divindade do que Tu! Glorificado sejas! É certo que me contava entre os iníquos!”.[5]

 

[1] Alcorão sagrado. C.15, V.42

[2] Alcorão sagrado. C.38, V.82

[3] Alcorão sagrado. C.20, V.115-116.

[4] Alcorão sagrado. C.26, V.14.

[5] Alcorão sagrado. C.21, V.87.

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