As crenças mais importantes dos xiitas VII

18:00 - 2022/01/17

Qualquer devoção no Islam necessita de uma ordem jurídica sagrada e da permissão para a sua prática. Significa que para a prática de qualquer ato relacionado à devoção necessita-se de alguma alegação ou fato, específico ou geral, tanto no Livro Sagrado quanto na Sunnah, para que possa ser praticado. 

Qual a principal crença dos xiitas

22) Os Xiitas crêem que cada uma das orações obrigatórias diárias possui um determinado momento e que são cinco no total: a oração da manhã, meio-dia,  tarde, crepúsculo e da noite, e que a melhor coisa é praticar a oração no devido momento de sua realização. Eles juntam as duas orações do meio dia e da tarde e as orações do crepúsculo e da noite, pois o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) juntou estas duas orações sem motivo específico como doença, chuva, viagem, como foi relatado no livro de Muslim e em outros mais, e acreditam que o Profeta (S.A.A.S.) fez isto para facilitar a oração sobre a nação, sendo isto algo natural da nossa época.

23) Os Xiitas fazem o chamado para a oração (Adhan) igual a todos os muçulmanos, mas depois da expressão Haiiah Ala AlFalah (Venham para o êxito) falam a frase Haiiah Ala Khair AlAmal (Venham para a melhor das ações), pois ela existia na época do profeta Mohammad (S.A.A.S.) e o califa Omar ibn Al-Khattab a retirou do Adhan baseando-se numa aplicação (Ijtihad) própria.

Segundo ele, esta frase afastaria os muçulmanos do Jihad se eles descobrissem que a oração é o melhor dos atos (isto foi relatado pelo sábio Ghushaji Al-Ashari em seu livro Sharh Tajrid AlEteqad. Isto também foi relatado no livroMusannaf de autoria de Kendi e no livro deKanz Al-Ommalde autoria de Kendi e outros). O califa Omar ibn Al-Khattab substituiu esta frase com a seguinte: Assalato Khailon menal Naum, que significa, a oração é melhor do que o sono. No entanto, esta expressão não existia na época do profeta Mohammad (S.A.A.S.).

Qualquer devoção no Islam necessita de uma ordem jurídica sagrada e da permissão para a sua prática. Significa que para a prática de qualquer ato relacionado à devoção necessita-se de alguma alegação ou fato, específico ou geral, tanto no Livro Sagrado quanto na Sunnah, para que possa ser praticado. De outra forma, o ato será considerado como Bidah (ato inventado ou inovado) e isto não será aceito e voltará ao seu praticante. Por isto, não é permitido que seja acrescentado e ou retirado algo das devoções, e de uma forma geral, de todas as devoções ligadas às jurisprudências.

24) Os Xiitas Imamitas se prostram sobre a terra, barro, pedra ou qualquer outra coisa que seja naturalmente da terra e não seja feita de tecido, carpete, algo que se come ou algo que seja de metal. Diversos livros Xiitas e Sunitas relataram que o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) prostrava sobre a terra ou sobre o chão, e que ordenou os muçulmanos a que fizessem o mesmo.

Certo dia, Bilal se prostrou sobre um pedaço de seu turbante para se proteger do calor do chão. O profeta (S.A.A.S.) tirou aquilo com as suas próprias mãos e disse: “Prostre-se sobre a terra, ó Bilal”. E certa vez também disse isto a Sahib e a Ribah: “Prostrem suas testas na terra, ó Sahib e ó Ribah ”[1].

Também está relatado no Sahih Al-Bukhari que o profeta (S.A.A.S.) disse: “A terra para mim é purificação sobre a qual eu me prostro”.

O motivo disso é que a prostração sobre a terra e o posicionamento da testa sobre o chão é mais virtuosa para Deus, pois há mais humildade e proximidade entre o servo e o seu Criador, e relembra o ser humano da sua origem de terra,

Deus disse: “Dela vos criamos, a ela retornareis, e dela vos faremos surgir outra vez”.[2]

O objetivo da prostração é a submissão, e a mesma não vem através de uma prostração sobre tapete, carpete, tecido ou pedras preciosas, mas sim, é conquistada quando o local mais honrado de nosso corpo, que é a testa, é colocado sobre o menos valioso da existência, que é a terra[3]. Sim, a terra deve ser pura e é por isto que os Xiitas carregam junto com eles um pedaço de barro (que é terra seca em forma de pedra ou algo semelhante) para ter certeza de sua pureza. Este barro poderá ser adquirido de terras abençoadas, como a terra de Karbala, local que testemunhou o martírio do Imam Hussein, neto do mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Da mesma forma que alguns dos companheiros pegavam algumas pedras de Meca para se prostrarem sobre elas em suas orações, abençoando-se[4].

Mas, os Xiitas Jafaritas não insistem sobre esta questão e não se apegam sempre nela. Sem nenhum problema ou dúvida prostram-se sobre qualquer pedra pura e limpa, como as cerâmicas e os mármores da mesquita abençoada do profeta Mohammad em Medina ou sobre o chão do Masjedol Haram em Meca.

Os Xiitas não colocam a mão direita sobre a esquerda em suas orações, pois o Profeta (S.A.A.S.) não fez isto. Isso pelo motivo que ele não registrou esta questão em nenhuma frase ou prática, e até os seguidores da seita sunita Maleki não praticam isto também[5].

 

 

[1] Consulte os livros “Bukhari”, “Kanz Al-Ommale” e “Mussanaf” de autoria de Abdel Razzaq Al-Sanei e também o livro “A prostação sobre a terra” de
autoria de Kashef Al-Gheda.

[2] Alcorão sagrado. (C. 20 - V. 55)

[3] Consulte o livro “Al-Yawaghit wal jauaher” de autoria de Shaarani alAnsari al-Mesri. Um dos sábios do século dez.

[4] Consulte o livro “Al-Musannaf” de autoria de Sanei.

[5] Consulte os livros “Al-Bukhari”, “Muslim” e “Sunan Al-Bihaghi”, e para consultar a opinião dos seguidores da seita Maleki consulte o livro “Bidaiat al-mujtahid” de autoria de Ibn Rashd al-Ghurtabi al-Maleki, e outros livros também.

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