Entre a morte e o Dia da Ressurreição, que o que se chamaria de Al-Barzakh, isto é, “ Al-Barzakh”, que é considerado o elo entre a vida terrena e a vida eterna. Após a morte, o homem é julgado segundo a sua crença e seus atos no mundo,bons ou maus, e depois desse julgamento sumário, conforme o resultado obtido, será condenado a uma vida feliz ou infeliz, na qual permanecerá até o Dia da Ressurreição.
A morte não é o fim da vida e a extinção, mas uma transição de um estado de existência para outro. Na verdade, é a transferência para a vida eterna que chamamos de "A Ressurreição", só que entre esses dois estados de existência existe um terceiro intermediário que se chama Barzakh.
Quando o ser humano morre é transferido para esse estado até que aconteça a Hora da Ressurreição. Sobre a realidade desse estado, não sabemos mais do que o que chegou até nós no Alcorão e nas narrações. A seguir, mencionaremos uma série de versículos do Alcorão com o propósito de nos familiarizarmos com esse estado.
A. Quando o moribundo enfrenta seu mau destino deseja voltar à vida mundana para compensar as oportunidades que perdeu. Diz o Altíssimo:
“(Quanto a eles, seguirão sendo idólatras) até que, quando a morte surpreender algum deles, este dirá: Ó Senhor meu, mande-me de volta (à terra), A fim de eu praticar o bem que negligenciei!.”[1]
Mas seus esforços serão em vão e seu pedido será negado, dizendo-lhe:
“Pois sim! Tal será a frase que dirá! E ante eles haverá uma barreira, que os deterá até ao dia em que forem ressuscitados”.[2]
O versículo refere-se à existência de uma terrível vida barzakhî para os incrédulos.
B. A vida dos malfeitores é descrita, fazendo alusão especial à casta do Faraó, dizendo:
“É o fogo infernal, ao qual serão apresentados, de manhã e à tarde; e no dia em que chegar a Hora, (Deus dirá): Fazei entrar o povo do Faraó, para o mais severo dos castigos”.[3]
O versículo nos refere que a casta do Faraó é exposta ao Fogo de manhã e à noite e isso continuará até o Dia da Ressurreição. Mas depois disso, eles serão lançados no fogo.
C. O Altíssimo descreve a vida dos mártires nesse estado dizendo:
“E não digais que estão mortos aqueles que sucumbiram pela causa de Deus. Ao contrário, estão vivos, porém vós não percebeis isso”[4].
Em outro versículo ele descreve a vida dos mártires dizendo:
“Estão jubilosos por tudo quanto Deus lhes concedeu da Sua graça, e se regozijam por aqueles que ainda não sucumbiram, porque estes não serão presas do temor, nem se atribularão”.[5]
[1] Alcorão sagrado. C.23, V.99-100 حَتَّىٰٓ إِذَا جَآءَ أَحَدَهُمُ ٱلۡمَوۡتُ قَالَ رَبِّ ٱرۡجِعُونِ
لَعَلِّيٓ أَعۡمَلُ صَٰلِحٗا فِيمَا تَرَكۡتُۚ
[2] Alcorão sagrado. C.23, V.100 كَلَّآۚ إِنَّهَا كَلِمَةٌ هُوَ قَآئِلُهَاۖ وَمِن وَرَآئِهِم بَرۡزَخٌ إِلَىٰ يَوۡمِ يُبۡعَثُونَ
[3] Alcorão sagrado. C.40, V.46. ٱلنَّارُ يُعۡرَضُونَ عَلَيۡهَا غُدُوّٗا وَعَشِيّٗاۚ وَيَوۡمَ تَقُومُ ٱلسَّاعَةُ أَدۡخِلُوٓاْ ءَالَ فِرۡعَوۡنَ أَشَدَّ ٱلۡعَذَابِ
[4] Alcorão sagrado. C.2, V.154. وَلَا تَقُولُواْ لِمَن يُقۡتَلُ فِي سَبِيلِ ٱللَّهِ أَمۡوَٰتُۢۚ بَلۡ أَحۡيَآءٞ وَلَٰكِن لَّا تَشۡعُرُونَ
[5] Alcorão sagrado. C.3, V.170. فَرِحِينَ بِمَآ ءَاتَىٰهُمُ ٱللَّهُ مِن فَضۡلِهِۦ وَيَسۡتَبۡشِرُونَ بِٱلَّذِينَ لَمۡ يَلۡحَقُواْ بِهِم مِّنۡ خَلۡفِهِمۡ أَلَّا خَوۡفٌ عَلَيۡهِمۡ وَلَا هُمۡ يَحۡزَنُونَ