-
De acordo com as estatísticas, o crescimento do Islã no mundo é contundente, portanto, se pode confirmar seu crescimento na América Latina[1]. De um tempo para esta parte, cada vez mais latinos vêm abraçando esta forma de vida, sendo o maior percentual mais elevado das mulheres, dados os poucos estudos existentes sobre a temática.
É de vital importância realizar diferentes análises, propostas e estudos para dissipar dúvidas e poder verificar quais são as causas e/ou razões pelas quais cada vez mais mulheres latinas estão se convertendo ao Islã.
Segundo Sánchez e Galván[2], cerca de 19% das 3.000 conversões ao Islã foram feitas por latinos em 2011. Deste grupo, 55% eram hispânicos. Desde o ano 2000, o número de mulheres que abraçaram o Islã se aumentou 8%. Estima-se que existam cerca de 25.000 a 75.000 muçulmanos latinos, sendo o número mais preciso 40.000. Existem mais de 200.000 muçulmanos latinos nos Estados Unidos, onde as mulheres representam 60% dos convertidos ao Islã.
A BBC aponta que se estima que o número de latinos convertidos ao islamismo varie entre 100.000 e 200.000; mais de 50 milhões de hispânicos nos EUA[3].
Na América Latina, o Islã encontra um espaço importante na Guiana, Suriname e Trinidad e Tobago; onde se encontram as comunidades muçulmanas mais importantes, constituindo entre 10 e 15% da população total; É o que afirma Caro[4].
Este sociólogo considera que a população muçulmana da região é de 6 milhões, sendo o Brasil o mais numeroso, onde há cerca de 1.500.000 muçulmanos, seguido da Argentina, com a segunda maior concentração regional, chegando a 700.000, seguido pelo Chile onde o censo nacional de 2002 determinou a existência de cerca de 3.000 muçulmanos.
Por outro lado, ele argumenta que o caso venezuelano é emblemático porque há uma comunidade muçulmana estimada em 90.000 pessoas. No Uruguai, o número de convertidos é estimado em 341.
E, finalmente, na Bolívia, considera-se a existência de cerca de 900 muçulmanos.[5]
Deve-se notar que estamos falando de muçulmanos latinos convertidos ao Islã, dada a importância do assunto, latinos originais, não de ascendência cultural árabe, iraniana, turca ou oriental; neste caso, deve-se notar que eles têm uma identidade cultural própria, seus costumes e tradições, com sua própria língua, com uma cultura ancestral milenar; desde que os Quechuas, os Aymaras, se estabeleceram na América Latinaos Waraníes[6]; etc.
Com isso nos referimos e de maneira particular nos referimos ao caso boliviano onde os convertidos muçulmanos são totalmente originais e que o fato de ser aimará, quíchua, warani, etc. não significa que não possamos incorporar outros tipos de elementos à nossa identidade, como apontado por Chambi.
Ao mesmo tempo, esclarecer que segundo a perspectiva construtivista das correntes antropológicas sobre a identidade cultural, a identidade não é algo que se herda, mas algo que se constrói, portanto, não é estático, sólido e imutável; mas é algo maleável e manipulável; e de acordo com Castells[7] as identidades são construídas.
E de acordo com isso, os latinos convertidos ao Islã, como muçulmanos, incorporaram práticas do meio social, respeitando como mestiços, aimarás, quíchuas, waranis, seus próprios ritos e práticas, permanecendo na estagnação destes, quando cultura e identidade como Já dissemos que são mutáveis e mutáveis, de acordo com as necessidades socioculturais do homem, agora para que isso não nos absorva deve haver limites, sem dúvida, pois identidade e cultura são construções sociais.
[1] www.wldiarionv.com (7 julio 2013) “Más latinas se convierten al islam”.
[2] Sánchez Samantha y Galván Juan “Musulmanes Latinos: El cambio del islam en América”. http://www.latinodawah.org
[3] www.bbc.co.uk /martes, 27 de agosto 2013.
[4] Caro Isaac, Sociólogo, Doctor en Estudios Americanos, Académico del Instituto de Estudios Internacionales de la Universidad Arturo Prat de Chile.
[5] Es.wikipedia.org/wiki/anexo: islam por país.
[6] Albo Xavier, Antropólogo y Lingüista, Fundador y miembro de CIPCA, miembro del comité directivo del programa de investigación estratégica en Bolivia PIEB. “Culturas pertenecientes de América Latina”.
[7] Castells Oliván Manuel, Sociólogo y Profesor Universitario de Sociología y de Urbanismo en la Universidad de California en Berkeley.