O Profeta escolheu um sucessor para si mesmo?

22:55 - 2022/07/12

O sucessor do profeta não era outro senão Ali ibn Abi Talib (A.S.), designado em virtude de suas profundas raízes no Chamado Islâmico, posto que havia sido o primeiro a combater pelo Islam, e contra todos seus inimigos.

O Profeta escolheu um sucessor para si mesmo?

Tratava-se, para o Profeta (S.A.A.S.), de tomar uma atitude ativa frente ao futuro do Chamado Islâmico depois de sua morte, designando, por ordem de Deus, a um personagem, escolhido em função de seu apego à Mensagem, e assegurando-lhe uma formação especial,de Líder, com a finalidade de que este pudesse encarnar a autoridade intelectual e a direção política da Experiência Islâmica, e continuar (depois do falecimento do Mensageiro (S.A.A.S.)), com o apoio de uma base popular consciente, constituída pelos Ançar e pelos Mohajerin, a Liderança da Comunidade Islâmica e sua edificação doutrinária, para elevá-la a um nível que a qualificasse para assumir ela mesma as responsabilidades da direção. Este caminho, como podemos constatar, é, de fato, o único caminho que podia garantir a salvaguarda do futuro da Mensagem, e a proteção da Experiência Islâmica contra os riscos de desvio em sua linha de desenvolvimento. E é isto o que se produziu efetivamente.

 Os relatos proféticos concordantes afirmam que o Mensageiro (S.A.A.S.) assegurara um Companheiro com uma formação missionária particular e uma cultura doutrinária especial, com o intuito de prepará-lo para assumir a tarefa da autoridade intelectual e a direção política, e que ele havia confiado a este Companheiro esta tarefa, assim como o futuro do Chamado Islâmico, e tais relatos também confirmam que o Profeta (S.A.A.S.) e Guia escolheu o terceiro caminho que, como vimos, era o único caminho válido evidenciado pela natureza da situação.

O Companheiro em questão, não era outro senão Ali ibn Abi Talib (A.S.), designado em virtude de suas profundas raízes no Chamado Islâmico, posto que havia sido o primeiro a combater pelo Islam, e contra todos seus inimigos, havia sido criado pelo Profeta (S.A.A.S.), em cuja casa havia aberto os olhos ao mundo, havia crescido a seu lado e tido todas as oportunidades para entender-se com ele, e identificar-se com sua Diretriz. Ninguém, senão Ali (A.S.), poderia ser dotado de todas estas qualidades. Numerosos indícios corroboram que o Profeta (S.A.A.S.) se esmerou em assegurar uma formação especial para o futuro Imam (Ali) (A.S.). Deste modo, sabe-se que o Mensageiro (S.A.A.S.) lhe explicava amiúde as diferentes concepções e verdades do Chamado Islâmico. O Profeta (S.A.A.S.) tomava a iniciativa de promover debates de idéias quando Ali (A.S.) não tinha questões para lhe formular. Se entretinha com ele durante horas, para abrir lhe os olhos acerca das concepções do Chamado Islâmico e os problemas que este poderia encontrar, assim como os métodos de trabalho, e isto se deu desta forma até o último dia de sua nobre vida.

Abu Ishaq, citado por al-Hakim em seu livro “Al-Mustadrak” disse a propósito disso: “Quando perguntei a Qatham ibn al-Abbas sobre como Ali havia herdado do Profeta, me respondeu: “Porque foi o primeiro a segui-lo dentre nós, e o mais determinado a apegar-se a ele.” O “Huliya al-Awliya” nos relata o seguinte testemunho de Ibn Abbas: “...O Profeta havia feito a Ali setenta confidências que não as fez a nenhum outro.” Al-Nisai cita este testemunho de Imam Ali (A.S.), relatado por Ibn Abbas: “Eu ocupava junto ao Mensageiro de Deus uma posição que nenhum outro tinha. Eu entrava na casa do Profeta de Deus toda noite.

Se estava a orar, ele glorificava a Deus e então eu entrava. E se não estava orando, me convidava a entrar.” É igualmente atribuído a Imam Ali (A.S.) o seguinte: “Eu tinha duas entradas na casa do Profeta, uma durante a noite e outra durante o dia”. Al-Nisai relata esta outra afirmação do Imam Ali (A.S.): “Quando eu formulava questões ao Profeta, este me respondia e quando eu me calava, ele é que começava a instruir-me”. Também, segundo al-Nisai, Umm Salama jurava que Ali (A.S.) foi o último dos Muçulmanos a ver o Profeta, e dizia: “Na manhã do dia em que o Mensageiro de Deus entregou a alma, este esperava a volta de Ali a quem havia enviado para uma incumbência, creio eu, e perguntou três vezes: Ali já voltou? Este retornou antes da saída do sol. Quando entrou, compreendemos que o Profeta tinha algo confidencial a dizerlhe. Por isso saímos da casa. Era a casa de A’isha. Eu fui a última a sair da casa e me sentei bem detrás da porta. Eu estava mais próxima da porta do que os demais assistentes. Vi Ali aproximar-se do Profeta. E este se pôs a confiar-lhe segredos e a fazer-lhe confidências.” Numa célebre súplica, o Imam (A.S.) nos descreve seu vínculo com o Mensageiro Dirigente (S.A.A.S.), e o particular cuidado com o qual este o formara e preparara para a tutela do Chamado Islâmico: “Vós conheceis meu parentesco com o Mensageiro e minha posição particular ao lado deste. Ele me punha em seu colo quando eu era pequeno. Apertava-me contra seu peito, me envolvia em seu leito, me fazia tocar seu corpo e sentir o seu perfume. Ele mastigava os alimentos antes de pôlos em minha boca. Jamais me ouviu mentir, nem nunca me viu cometer uma falta em meus atos. Eu o seguia como o filhote de camelo segue a sua mãe. A cada dia me ensinava mais de sua moral e me ordenava a seguir seu exemplo. Todos os anos ele me levava à Hira, onde eu o via, quando ninguém podia fazer o mesmo. Nestes momentos, o Islam estava junto ao Mensageiro, a Khadija e a mim, sob o mesmo teto. Eu via ali a Luz da Revelação e do Profeta (S.A.A.S.), e sentia o vento da Profecia.” Todos estes relatos e muitos outros nos dão idéia da formação missionária que o Profeta (S.A.A.S.) garantira ao Imam Ali (A.S.) com o intuito de elevá-lo ao nível da Liderança do Chamado Islâmico. Do mesmo modo, após o falecimento do Mensageiro (S.A.A.S.) a vida do Imam Ali (A.S.) nos fornece numerosos indícios reveladores desta formação doutrinária especial. Deste modo, Imam Ali (A.S.) se afirmara como o refúgio e a referência, a quem o Califa recorria cada vez que se via confrontado por um problema cuja solução desconhecia. E assim, na história da experiência Islâmica, sob os Califas Bem Guiados, não se tem notícia de nenhum caso em que Imam Ali (A.S.) tenha recorrido a alguém para perguntar-lhe qual seria a posição do Islam sobre qualquer assunto, podem-se citar dezenas de casos em que os Califas que estavam no poder se viam obrigados a recorrer à ele, apesar das reservas que tinham a este propósito. Se são numerosos os indícios que demonstram como o Profeta(S.A.A.S.) preparou o Imam Ali (A.S.) de maneira especial, para confiarlhe a direção do Chamado Islâmico depois de seu falecimento, existem outras tantas indicações que demonstram que o Mensageiro (S.A.A.S.) havia tornado público seu plano de sucessão, e que havia designado oficialmente ao Imam Ali (A.S.) para assumir a direção intelectual e política do Chamado Islâmico. Assim o atestam o Hadith Ad’ Dar, Hadith Thaqalain, Hadith al-Manzilah, Hadith al-Ghadir, como também outras dezenas de relatos proféticos. Deste modo, o Xiismo nasceu no marco do Chamado Islâmico, como a expressão da Tese Profética que o Mensageiro (S.A.A.S.) havia apresentado por ordem de Deus, a fim de proteger o futuro da Mensagem. Por conseguinte, o Xiismo não era um fenômeno acidental no cenário dos acontecimentos, mas sim, o resultado necessário da natureza da formação do Chamado Islâmico, de suas necessidades, circunstâncias e natureza. As quais exigiam do Primeiro Líder da experiência Islâmica (o Profeta (S.A.A.S.) que preparasse o Segundo Líder (Imam Ali (A.S.) para que este, assim como seus sucessores, agissem com a intenção de realizar seunobre objetivo de extirpar todas as sequelas e raízes do passado pré-islâmico, e edificar a Comunidade Islâmica, tornando-a digna de elevar-se ao nível das exigências e responsabilidades da Mensagem.

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