Ashura é um modelo excepcional e único de resistência contra o sistema político corrupto e a forma errada de governança. Na nova época, as forças de libertação muçulmanas e mesmo aquelas como Gandhi, que liderou o movimento de libertação, foram inspiradas pelo evento Ashura.
Considerando que o mundo caminha para a secularização e a sociedade e o homem moderno estão enfrentando muitas crises como crise de identidade, ética e espiritualidade, qual é a mensagem e a conquista do evento Ashura para libertar o homem e a sociedade moderna dessas crises?
Ashura é um modelo excepcional e único de resistência contra o sistema político corrupto e a forma errada de governança. Na nova era, as forças de libertação muçulmanas e mesmo aquelas como Gandhi, que liderou o movimento de libertação, foram inspiradas pelo evento Ashura. A ética da resistência, libertação e emancipação são evidentes no contexto do movimento Ashura.
A libertação que Ashura tem para o homem moderno é a ética da resistência, libertação e emancipação. A revolta do Imam Hussain (a.s.) nunca foi um movimento súbito e violento, mas apesar de o Imam pensar em todas as medidas para evitar a guerra e a violência, ele só pegou a espada quando foi forçado a escolher uma das duas opções de humilhação e martírio.
Iqna - Como o evento Ashura é analisado a partir da visão e abordagem de ideias utópicas?
A discussão da utopia e da ideologia é muito importante. Utopia significa desenhar uma situação ideal e buscar a utopia com o objetivo de criticar a situação existente e transformá-la em uma situação ideal. A utopia sempre foi preocupação das forças revolucionárias, e a revolução sempre vem do coração da utopia. Por outro lado, contra a utopia está a ideologia. A ideologia é a interpretação que a estrutura de poder proporciona da realidade e se propõe a justificar as ações do poder. Em relação ao evento Ashura, há tanto uma visão utópica quanto uma visão ideológica.
Na visão utópica, a revolta do Imam Hussein (AS) é retratada como um modelo para protestar contra a situação existente e lutar contra a ordem estabelecida e o movimento yazidi, e com base nisso, justifica-se o dever de lutar contra ela.
A visão ideológica, ao contrário, usa uma espécie de simulação histórica do Imam Hussein (AS) para justificar a situação atual. Parece que ambos os tipos de interpretação, embora enfrentem objetivos diferentes com o erro de simulação histórica, não haja dúvida de que a interpretação utópica é superior à ideológica.na interpretação do dever, pela diferença de condições históricas, leva-se em consideração o aspecto inspirador e exemplar desse movimento. Deste ponto de vista, o levante do Imam Hussain (a.s.) é visto como um dever inevitável que estava sobre seus ombros em uma situação histórica específica. O Imam costumava lembrar a alguns daqueles que benevolentemente o advertiam sobre a perspectiva de fracasso, desse dever e responsabilidade.
No horizonte e perspectiva do Imam, a importância e o valor de cumprir tal dever e responsabilidade era tanta que não era possível deixá-lo com custos definidos e possíveis. a singularidade do movimento do Imam Hussain na história da humanidade deve-se ao fato de que ele não se absteve de nenhum tipo de auto-sacrifício na forma de cumprir tal dever.Imam Hussain(a.s) tentou tornar seu movimento o mais barata possível, mas na situação em que estava na encruzilhada da humilhação e do martírio, ele escolheu o último.Na era contemporânea, muitos daqueles que sofreram dificuldades no cumprimento de seus deveres de libertação, olharam para Ashura desse ponto de vista.
Iqna-Hojjat-ul-Islam Seyyed Ali Mirmusavi,