Após a profanação do Alcorão na Suécia no fim de semana, houve outro ato sacrílego de um islamofóbico na Europa, desta vez na Holanda.
O líder holandês do grupo de extrema-direita, Patriotic Europeans Against the Islamization of the West (PEGIDA), profanou uma cópia do Alcorão na Holanda, ameaçando agravar a já tensa situação após um incidente anti-muçulmano semelhante na Suécia.
Um vídeo publicado na mídia social na segunda-feira mostrou o provocador anti-muçulmano Edwin Wagensveld rasgando o livro sagrado do Islã antes de mostrá-lo sendo incendiado.
Depois de ter sido preso em duas ocasiões anteriores por causa de suas atividades antimuçulmanas, Wagensveld afirmou no vídeo que recebeu permissão da cidade de Haia para a "destruição do Alcorão".
Uma postagem separada em sua conta do Instagram mostrou uma carta, assinada pelo prefeito de Haia, Jan van Zanen, permitindo que ele usasse "objetos" em seu protesto, mas proibindo-o de queimá-los devido à segurança pública.
"O direito de protestar e o direito à liberdade de expressão são direitos humanos e liberdades constitucionalmente protegidos por tratados", disse a carta.
Mas acrescentou que "em princípio não é permitido queimar objetos, porque isso pode causar perigo".
Alcorão profanado na Holanda
Quando Wagensveld rasgou uma página do livro sagrado e a amassou, ele disse:
"Em breve, haverá registros de ações semelhantes em várias cidades, hora de responder ao desrespeito do Islã com desrespeito."
Ele então continuou a rasgar o Alcorão, jogando páginas no chão antes de dizer: "Depois de comer e beber com nosso grupo, era hora de queimar os restos do Alcorão."
O videoclipe mostra o Alcorão e suas páginas rasgadas queimando em um objeto semelhante a uma frigideira colocada no chão.
Disse: “Quem nos conhece e acompanha sabe que nunca desistimos, não nos deixamos intimidar pela violência e ameaças de morte”.
A destruição de uma cópia do Alcorão ocorre apenas alguns dias depois de outro incêndio na Suécia no sábado, que acendeu condenação e protestos em todo o mundo muçulmano.
O líder antimuçulmano Rasmus Paludan queimou o Alcorão em frente à embaixada turca em Estocolmo após receber permissão do governo sueco.
Detido diversas vezes
Dois meses atrás, Wagensveld havia sido detido pela polícia por insultar o profeta Muhammad usando um megafone, de acordo com notícias locais e uma declaração por escrito feito pela promotoria holandesa.
O Ministério Público decidiu, com base no caso existente, que a declaração feita por Wagensveld pode ser considerada um insulto à religião do Islã.
Mas foi finalmente decidido que ele não havia cometido nenhum crime, portanto, não seria processado pelo ato.
Wagensveld também foi detido um mês antes por não cumprir as regras de demonstração e advertências de acordo com um evento planejado para queimar uma cópia do Alcorão.
O movimento PEGIDA planejava queimar o Alcorão em frente ao prédio temporário do Parlamento holandês, mas o evento foi cancelado, de acordo com um comunicado da cidade de Haia, que disse que os manifestantes queriam usar o Alcorão de maneira "provocativa".
"Foi decidido que a manifestação só poderia ser realizada sem o Alcorão para evitar o caos. Os manifestantes se recusaram, após o que o show foi cancelado", disse o comunicado.
O movimento PEGIDA, em sua conta na mídia social, argumentou que Wagensveld foi detido por se recusar a entregar o Alcorão à polícia.
Uma contra-manifestação também se reuniu na região, mas se dispersou depois que a polícia anunciou o cancelamento da manifestação do PEGIDA.