O trecho explora a ideia de responsabilidade coletiva e participação espiritual, demonstrando que a aprovação e o apoio aos atos, sejam bons ou maus, envolvem a todos em suas consequências. Isso se reflete na punição do povo de Thamud, na declaração de Jabir ibn Abdullah sobre sua conexão espiritual com os mártires de Karbala, e na crítica dos judeus contemporâneos às ações dos seus antecessores. A mensagem central é que as intenções e o apoio a uma causa ou ação podem criar uma unidade de mérito ou culpa que transcende a participação física direta.
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) ensina que o vínculo mais significativo entre os crentes é o espiritual e ideológico, mais importante do que os laços de nacionalidade, língua ou interesses pessoais. Este vínculo universal conecta todos os crentes, passados, presentes e futuros, em uma luta contínua entre o bem e o mal. A batalha, como a de Jamal, é um reflexo dessa luta eterna pela verdade e pela justiça, e todos os que compartilham essa busca estão unidos em uma grande comunidade espiritual.
O texto fornecido aborda uma importante lição do Imam Ali (paz esteja com ele) após a vitória na Batalha de Jamal, e como ele explica a ideia de participação espiritual e a importância dos laços ideológicos.
Após a vitória na Batalha de Jamal, os seguidores do Imam Ali (que a paz esteja com ele)estavam muito felizes e animados com o sucesso[1]. No entanto, um dos companheiros do Imam expressou tristeza porque seu irmão, que era muito querido por ele, não estava presente para testemunhar a vitória e compartilhar da alegria.
A Resposta do Imam Ali(a.s)
O Imam Ali(que a paz esteja com ele), com sua sabedoria e profundidade espiritual, respondeu a esse companheiro de uma forma que ampliou a compreensão da participação. Ele explicou que, embora o irmão não estivesse presente fisicamente, ele estava presente de maneira espiritual e ideológica. O Imam Ali afirmou que todos aqueles que compartilham a mesma crença e intenção, mesmo que não possam estar fisicamente presentes, têm uma verdadeira participação nas vitórias e nas bênçãos.
A Importância dos Laços Ideológicos
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) destacou que o vínculo mais significativo entre as pessoas é o vínculo ideológico e religioso, mais do que os laços de sangue, idioma, política ou interesses econômicos. Ele enfatizou que aqueles que, mesmo de longe, compartilham a mesma fé e compromisso, são considerados participantes e parceiros nas realizações e nas bênçãos da vitória.
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) explicou que tanto os presentes quanto os futuros crentes, cujas almas estão ainda nas gerações futuras, são parte da batalha espiritual e compartilham das bênçãos e méritos dessa vitória. Ele destacou que a verdadeira participação vai além da presença física e inclui a conexão espiritual e ideológica.
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) destaca que o vínculo mais importante entre os crentes é o vínculo ideológico e espiritual. Esse vínculo, baseado na fé e nos princípios religiosos, é considerado superior a outros tipos de laços, como aqueles baseados em:
- Nacionalidade (nacionalidade e etnia)
- Idioma
- Interesses sociais e econômicos
- Ideias partidárias
A Universalidade do Vínculo Espiritual:
Este vínculo espiritual é descrito como universal e atemporal. Ele abrange todas as pessoas, desde os que viveram no passado até os que ainda nascerão no futuro. É uma conexão que ultrapassa o espaço e o tempo, unindo todos os crentes em uma grande comunidade espiritual e divina.
A Batalha de Jamal como Exemplo:
O Imam Ali(que a paz esteja com ele) usa a Batalha de Jamal como um exemplo para ilustrar esse conceito. Ele explica que a verdadeira batalha não foi apenas uma disputa pessoal por poder, mas uma luta entre o bem e o mal. Assim, todos os crentes, presentes ou futuros, que compartilham da mesma fé e luta pela verdade, estão de alguma forma envolvidos nessa batalha.
A Luta Contínua entre o Bem e o Mal:
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) menciona que a luta entre o bem e o mal continuará até o "Dia do Juízo" . A verdadeira batalha é contínua e se estende através das gerações. Os crentes que se alinham com a verdade e a justiça, em qualquer época, fazem parte dessa luta.
Todos os crentes buscam a mesma verdade e o mesmo propósito, que é agradar a Deus. Esse objetivo comum cria uma unidade entre eles, apesar das diferenças temporais e espaciais. Eles compartilham uma meta e uma missão divina, e isso os une espiritualmente.
O trecho fornecido aborda dois temas principais: a responsabilidade coletiva e a ideia de que a intenção e a lealdade aos princípios podem unir as pessoas em mérito ou culpa. Vamos explicar esses conceitos em um artigo simples.
A História do Povo de Thamud
O Alcorão relata a história do povo de Thamud, que foi destruído por Deus como punição por sua incredulidade e pelo assassinato de uma camela milagrosa enviada como sinal. O versículo menciona que "eles mataram a camela e seu Senhor os destruiu por causa de seus pecados" (Surah Ash-Shams, 91:14).
Embora apenas uma pessoa tenha matado a camela, a punição foi aplicada a todo o povo de Thamud. Isso ocorreu porque os outros membros da comunidade consentiram e apoiaram o ato. Assim, a punição abrangeu todos os que se mostraram solidários com o crime, mesmo que não tenham participado diretamente.
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) usa essa história para ilustrar que a aprovação de um ato maligno é o suficiente para que todos os que compartilham dessa aprovação sejam igualmente responsabilizados.
A Participação Espiritual na Morte de Imam Hussein a.s
No dia de Arbaeen, o companheiro Jabir ibn Abdullah al-Ansari visitou o túmulo do Imam Hussein (que a paz esteja com ele) e de seus seguidores. Durante sua visita, Jabir expressou que, apesar de não ter participado fisicamente na batalha, ele e outros também compartilham das bênçãos e recompensas dos mártires de Karbala. Ele baseou isso em um ensinamento do Profeta Muhammad (paz esteja com ele e sua familia purificada), que disse:
"Quem ama um povo será ressuscitado com eles, e quem ama as ações de um povo será parceiro nas suas ações."
Jabir afirmava que, mesmo sem ter participado diretamente, ele e outros que compartilham do amor e da devoção pelos mártires de Karbala têm um vínculo espiritual com eles.
O Exemplo dos Judeus Contemporâneos a Moisés
O Alcorão também menciona que os judeus da época do Profeta Muhammad foram criticados por causa das ações dos seus ancestrais, mesmo que houvesse uma grande distância temporal entre eles. Isso mostra como o apego às práticas e ações dos antecessores pode unir as pessoas em responsabilidade, apesar do tempo decorrido.
Resumo
O trecho explora a ideia de responsabilidade coletiva e participação espiritual, demonstrando que a aprovação e o apoio aos atos, sejam bons ou maus, envolvem a todos em suas consequências. Isso se reflete na punição do povo de Thamud, na declaração de Jabir ibn Abdullah sobre sua conexão espiritual com os mártires de Karbala, e na crítica dos judeus contemporâneos às ações dos seus antecessores. A mensagem central é que as intenções e o apoio a uma causa ou ação podem criar uma unidade de mérito ou culpa que transcende a participação física direta.
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) ensina que o vínculo mais significativo entre os crentes é o espiritual e ideológico, mais importante do que os laços de nacionalidade, língua ou interesses pessoais. Este vínculo universal conecta todos os crentes, passados, presentes e futuros, em uma luta contínua entre o bem e o mal. A batalha, como a de Jamal, é um reflexo dessa luta eterna pela verdade e pela justiça, e todos os que compartilham essa busca estão unidos em uma grande comunidade espiritual.
[1] . Nahjul Balagha Sermão nº 12