Imam Hussain (A.S.) foi o pioneiro no caminho do sacrifício e nos ensinou a como nos sacrificar pela dignidade. Ele nos demonstrou que uma nação que teme um opressor não conseguirá viver uma vida digna.
Servo de Abu Zar Al Ghifári em Karbalá
A Preocupação com os servos apoiadores. É costume que os comandantes esqueçam, na confusão da luta, os elementos marginais dentre seus seguidores e apoiadores, negligenciando-os, esquecendo-se deles, preocupando-se apenas com as pessoas importantes, principalmente os parentes, fazendo distinção entre uma origem e outra, uma cor e outra.
O Imam Hussain (A.S.), porém, não se esqueceu de seus amigos e seus apoiadores no campo de batalha, indistintamente. Ele cuidou, da mesma maneira, tanto do servo como dos seus filhos amados. Eis o que aconteceu com João (Yahia, em árabe), servo de Abu Zar Al Ghifári, que era negro. Ele acompanhou Imam Hussain (A.S.) de Medina para Meca e, então, para o Iraque.
Quando a luta foi deflagrada, foi ter com o Imam Hussain (A.S.) e lhe pediu para autorizá-lo a lutar. O Imam Hussain (A.S.) disse: “Você está isento. Você nos seguiu à procura de proteção e não deve se envolver com os nossos problemas.”
O servo disse: “Ó filho do Mensageiro de Deus, acha que devo desfrutar da sua prosperidade e abandoná-lo na adversidade? Por Deus que Meu cheiro é desagradável, minha ascendência é vil e minha cor é negra.
Pede que eu seja premiado com o Paraíso, que meu cheiro seja agradável, minha ascendência tenha honra e meu rosto resplandeça. Por Deus que não o abandonarei até que o sangue desse negro se misture com o seu sangue.” Ele participou da luta, matando vinte e cinco inimigos e foi morto.
O Imam Hussain (A.S.) postou-se perante o seu corpo inerte e disse: “Ó Deus, ilumina o seu rosto, torna agradável o seu cheiro, junte-o aos virtuosos. Faça-o ser conhecido por Mohammad (S.A.A.S.)e pelos familiares de Mohammad (S.A.A.S.).” Quando Wádhih, o turco, foi atingido, pediu a ajuda de Hussain (A.S.). Ele era servo de um dos companheiros de Hussain (A.S.) e havia combatido como herói.
Hussain (A.S.) foi até ele e o abraçou. Wádhih, antes de dar o seu último suspiro, disse, com honra e orgulho: “Quem será como eu, depois de o filho do Mensageiro de Deus ter colado o rosto no meu?”. Ou seja, o Imam (A.S.) colocou o próprio rosto sobre as faces de um servo abissínio e outro turco, ambos mortos na sua frente em defesa do Islã, da mesma forma que o fez, depois, com o filho Imam Ali (A.S.).
Haveria outro líder que tenha tratado de maneira tão amável, bondosa e igualitária o mais raso dos combatentes de seu exército e seu próprio filho?