"História de Um Casamento Islâmico

10:49 - 2024/09/01

O Islam aboliu a discriminação e o orgulho da linhagem. Agora, todas as pessoas, não importando sua cor ou origem, são iguais. Ninguém possui superioridade sobre os demais senão através do temor e da obediência a Deus. 

CADAMENTO

Jowaibir e Zalfa 

Que maravilhoso seria se tu casasses e formasse uma família, pondo fim nesta vida isolada e desamparada? Tu poderias satisfazer suas necessidades naturais e ela também poderia ajudá-lo em suas necessidades e objetivos temporais e materiais. - Ó Mensageiro de Deus, eu não tenho bens e nem beleza; tampouco tenho uma linhagem ou descendência nobre. Quem desejará casar comigo? E que mulher gostaria de ser esposa de um homem pobre, baixo, negro e feio como eu? - Ó Jowaibir! Deus mudou o valor do indivíduo por meio do Islam. Muitos eram bem posicionados na sociedade pré-islâmica e o Islam os rebaixou. Muitos eram desprezados e o Islam conferiu[1]lhes honra, uma alta posição e lhes elevou.

O Islam aboliu a discriminação e o orgulho da linhagem. Agora, todas as pessoas, não importando sua cor ou origem, são iguais. Ninguém possui superioridade sobre os demais senão através do temor e da obediência a Deus. Dentre os muçulmanos a única pessoa que será superior a ti é a que cujas virtudes e ações sejam melhores do que as tuas. Então, faças como eu te digo. Essas palavras foram trocadas um dia entre o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) e Jowaibir quando o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) foi ver o povo da “Suffa”. Jowaibir era oriundo de “Yamamah” onde soube sobre o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) e o advento do Islam. Ele era pobre, negro e de baixa estatura, mas ao mesmo tempo, um inteligente perseguidor da verdade e um homem de determinação. Ele foi a Medina2 para ver o Islam de perto e em um curto período de tempo abraçou a fé islâmica.

Já que não tinha dinheiro, casa e nem amigos, se acomodou, temporariamente, junto com outros muçulmanos pobres na Mesquita, com a permissão do Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.). Quando foi revelado ao Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) que a Mesquita não era um lugar de habitação foi necessário transferi-los para outro lugar. O Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) escolheu um local fora da Mesquita e construiu um galpão para eles.

O lugar foi chamado “Suffa” e os moradores passaram a ser conhecidos como “Ashabi Suffa”, todos eles pobres e vindos de lugares distantes de Medina. O Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) veio visitá-los um dia. Percebendo Jowaibir dentre eles decidiu tirá-lo daquela vida sem amparo. Estava além da imaginação de Jowaibir ter um lar e uma esposa em sua condição. E por isso ele respondeu ao Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) perguntando como seria possível que alguém o aceitasse em casamento quando o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) o aconselhou a casar-se.

Mas o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) afastou suas dúvidas, explicando-lhe as mudanças produzidas no panorama social do povo do Islam. Depois de tirar Jowaibir de seu complexo de inferioridade, mandou-o a casa de Ziad Ibn Labaid para pedir a ele a mão de sua filha em casamento. Ziad era uma das pessoas mais ricas de Medina e gozava de alto respeito dentre sua tribo. Quando Jowaibir entrou em sua casa, ele estava rodeado por seus parentes e alguns de seus confrades tribais. Jowaibir se sentou, parou por um momento e então erguendo a cabeça disse: - “Eu trouxe uma mensagem do Profeta. Gostarias de ouvi-la confidencial ou abertamente?”

Ziad disse: “Uma mensagem do Profeta é uma honra para mim, melhor que tu a comuniques publicamente.”

- “O Profeta enviou-me para solicitar tua filha para mim em casamento.”

- “Ele próprio fez esta sugestão?”

- “Sim, eu não falo por mim. Todos me conhecem, eu não sou mentiroso.”

- “Estranho! Nós não damos nossas filhas em casamento a pessoas de uma outra posição social nem de fora de nossa tribo. Volte mais tarde, eu irei ter com o Profeta e conversar com ele.”

Jowaibir deixou a casa murmurando: - “Por Deus! Tudo o que o Alcorão e a Profecia de Mohammad ensinam é inteiramente contrário ao que Ziad diz.” Aqueles que estavam próximos da casa ouviram os murmúrios de Jowaibir.
Zalfa, a graciosa filha de Zaid, e rainha da beleza de Medina, ouviu estas palavras de Jowaibir.
casamento

 Ela foi até seu pai e perguntou: - “Pai, o que é que aquele homem que acabou de sair daqui estava dizendo? E o que queria dizer com aquilo?”

 - “Ele veio pedir a tua mão em casamento e alegava que o Profeta o tinha enviado com este propósito.” - “Não é possível que ele tenha sido realmente enviado, e, portanto, tua rejeição tenha incorrido em desobediência à ordem do Profeta?”

 - “O que sentes sobre isso?”

 - “Sinto que deveria trazê-lo de volta antes que chegue ao Profeta e que vás descobrir a verdade tu mesmo.”

 Ele trouxe Jowaibir de volta a sua casa com o merecido respeito, e foi ele próprio até o Profeta. Quando o viu disse: - “Ó Mensageiro de Deus, Jowaibir veio a minha casa e trouxe uma mensagem tua. Eu gostaria de informar-te que nosso costume é dar nossas filhas em casamento a pessoas de status similar e pertencente a nossa tribo, que são todos nossos companheiros e colaboradores.”

 - “Ó Ziad, Jowaibir é um homem fiel. Esta dignidade e honra que estás falando foi ab-rogada. Todo crente é igual (para o propósito de casamento) a toda crente.” Ziad retornou a sua casa e explicou a questão a sua filha. Ela disse: - “Por favor, não rejeite a proposta apresentada pelo Profeta. Este assunto é meu. Eu aceito Jowaibir qualquer que seja a sua condição. Se o Profeta estiver satisfeito, eu também estou.”

A cerimônia de casamento foi devidamente realizada. Ziad pagou o “Mahr” (dote de casamento) de suas próprias posses e ofereceu bons artigos ao casal. Perguntaram ao noivo: - “Tu tens uma casa para onde levar a noiva?” Disse ele: “Não, jamais tinha pensado que conseguiria uma esposa e que me estabeleceria na vida de casado. Foi o Profeta que de repente veio e conversou comigo enviando-me à casa de Ziad.” Ziad arranjou para ele uma casa equipada com todos os pertences domésticos e transferiu a noiva para lá, ricamente adornada com enfeites e perfumes.

A noite veio. Jowaibir não sabia onde era a casa designada para ele. Foi guiado até a casa e levado ao quarto nupcial. Quando ele viu a casa e seus pertences, e olhou para a exuberante noiva, o passado veio a sua mente.

E então disse a si mesmo: - “Quão pobre eu era quando entrei nessa cidade. Eu nada tinha, nem dinheiro, nem beleza, tampouco linhagem ou família, agora Deus tornou estes benefícios disponíveis para mim por meio do Islam.

Deveras, o Islam trouxe mudanças inimagináveis na sociedade. Quão grato sou a Deus por conceder-me todas estas bençãos!” Em êxtase espiritual Jowaibir foi para um canto do quarto; passou a noite recitando o Alcorão e em oração. Era de madrugada quando ele saiu (de seu êxtase) e resolveu jejuar em agradecimento a Deus.

Quando as mulheres vieram ver Zalfa pela manhã a encontraram ainda intocada. Elas esconderam aquilo de Ziad. Duas noites e dois dias se passaram da mesma maneira. Jowaibir jejuava durante os dias e permanecia em prece às noites. As mulheres da família da noiva estavam preocupadas. Pensavam que talvez Jowaibir fosse impotente e não tivesse necessidade de uma mulher. Por fim, levaram o assunto à Ziad. Ele informou o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.); o Profeta (que a paz esteja com ele e sua família purificada.) chamou Jowaibir e perguntou: - “Tu não tens desejo por mulher?”

 - “Eventualmente, tenho um desejo ardente por esta espécie.”

 - “Então por que não te aproximas de tua esposa?”

- “Ó Profeta de Deus, quando eu entrei na casa e me vi em meio àquela prosperidade. Um estado de gratidão e devoção me dominou. Achei necessário dar graças e realizar preces a Deus antes de qualquer coisa. Nesta noite eu me aproximarei de minha esposa.”

 Jowaibir e Zalfa viveram uma vida muito feliz. Quando o chamado para o Jihad3 chegou, ele participou nele com o entusiasmo típico de um bravo muçulmano e alcançou o martírio sob o estandarte do Islam. Após o seu martírio, Zalfa foi a mulher mais requisitada para casamento e seus pretendentes se dispuseram a pagar os mais valiosos dotes para ela.[1]

 

[1] Da Orientação do Islam XV - Estórias dos Piedosos  pagina 19

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