O conhecimento de Deus é, “imediato” no sentido pleno da palavra. Não é na primeira instância necessária que deve existir um objeto no qual Seu conhecimento deva se inserir. Todas as coisas foram reveladas diante dEle, pois, ao mesmo tempo que Sua essência sagrada é totalmente mais do que todas as outras criaturas e fenômenos, nem Ele está separado deles: todas as coisas do passado e do futuro estão em Sua presença imediata.
Imam ‘Ali (A.S) o príncipe dos fieis, diz: Ele conhece todas as coisas, mas não por meios e instrumentos, a ausência de supor a cessação de Seu conhecimento, não há entidades adicionais chamadas “conhecimento” colocadas entre Ele e os objetos de Seu conhecimento; não há nada além de Sua única essência.
Aqui, Imam 'Ali (A.S), refere-se aos princípios teológicos da consciência das coisas de Deus, que é direta e imediata. Em Seu conhecimento Deus não precisa da forma mental que é a base do conhecimento adquirido, enquanto Deus está totalmente livre de qualquer necessidade.
O único de quem deriva a existência do mundo e de seus habitantes, é capaz de conhecer todas as necessidades inimagináveis, que garantem todas as perfeições e recompensas, você pode imaginar que Ele mesmo deveria ser preso por sua necessidade?
As imagens permanecem em nossas mentes enquanto desejamos que existam; eles desaparecem assim que retiramos nossa atenção deles, porque foram criadas por nós.
Esta forma de conhecimento não é direta e imediata, portanto, é definida como “conhecimento adquirido”, ao contrário do “conhecimento imediato”, que não carece de significados.
A diferença entre nós, que criamos nossas próprias formas de pensamento e o Criador que originou todos os seres, cai nisto, que devemos nossa própria existência a Ele, portanto, estamos na frente Dele, enquanto Ele é o verdadeiro Criador e vivificador de todas as coisas, livre de qualquer necessidade, sem a necessidade do exercício da visão para adquirir conhecimento.
O delineamento de eventos passados e futuros que ocorrem nos horizontes de nosso ser e pensamento é inevitavelmente limitado, uma vez que ocupamos um determinado tempo e espaço fora dos quais não existimos. Somos fenômenos materiais, de acordo com as leis da física e da relatividade, eles precisam de tempo e lugar em um processo gradual e contínuo de desenvolvimento e mudança.
O passado e o futuro não têm sentido para um ser que está presente desde a pré-eternidade até a pós-eternidade, em todos os lugares e em todos os tempos e livre da escravidão de seus materiais e de suas consequências.
Uma vez alguém perguntou ao Imam 'Ali (A.S.) Onde está Deus? Imam' Ali (A.S.) respondeu: não é correto perguntar onde está Deus, pois, é Deus quem cria todos os lugares, nem é correto pergunte como é Deus, como é Deus a natureza, visto que foi Deus quem criou toda a natureza, além disso, não é correto perguntar o que é Deus, visto que foi Deus quem criou todas as coisas.
Glorificado seja Deus Todo-Poderoso nas ondas de Seu esplendor de sabedoria, a memória de Sua eternidade detém todo pensamento em suas trilhas e em quem o vasto paraíso da santidade o intelecto se perde!
O Sagrado Alcorão diz: “Ele possui as chaves do incognoscível, coisa que ninguém, além d'Ele, possui; Ele sabe o eu há na terra e no mar; e não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência; não há um só grão, no seio da terra, ou nada verde, ou seco, que não esteja registrado no Livro lúcido”.[1]
Imaginemos que estamos numa sala com vista para a rua e na qual vemos através de uma janelinha a massa de carros que circulam constantemente pela rua. Obviamente não podemos ver todos os carros ao mesmo tempo, vemos um a um conforme passam pela janela e depois desaparecem de nossa vista. Se não soubéssemos nada sobre carros, poderíamos imaginar que eles gradualmente entram pela moldura da janela e ficam suspensos do outro lado da janela.
Agora esta pequena janela corresponde exatamente ao nosso campo de visão, ela determina um passado e um futuro para os carros.
Aqueles que estão do lado de fora da sala, do lado dos pedestres, veem todos os carros passando por eles.
Nossa situação em relação ao passado e ao futuro do mundo é como a de uma pessoa que olha para um carro por uma pequena janela. Uma vez que percebemos que Deus está acima do tempo e do lugar, entendemos que todos os eventos passados e futuros estão sempre presentes e existindo diante Dele, como uma pintura.
É por isso que devemos ter um senso de responsabilidade para com o Criador, que está ciente do menor ato e fato da criação, como diz o Alcorão Sagrado: “...Não vos negueis a prestar testemunho; saiba, pois, quem o negar, que seu coração é nocivo. Deus sabe o que fazeis”[2] e evitar qualquer pecado ou erro que possa nos afastar Dele.
Devemos adorar a Deus, possuidor do conhecimento absoluto que nos fez passar por esses vários cenários e alcançar as capacidades que temos agora. Não devemos desobedecer às Suas ordens que abrem o caminho para a verdadeira felicidade e que, em última análise, apontam para o homem; e não devemos aceitar nenhum outro objetivo que não seja ele.
Para alcançar Deus, devemos nos adornar com atributos divinos e nos preparar durante nossa breve estadia neste mundo. Então, talvez, retornemos a Ele, a fonte, a origem e o início de nossa existência. Isso requer ação e esforços para atingir e aperfeiçoar a meta para você mesmo, pois a responsabilidade de agir neste sentido foi colocada sobre os ombros do homem como uma confiança divina.
[1] Alcorão sagrado. C.6, V.59.
[2] Alcorão sagrado. C.2, V.283.
O Sagrado Alcorão diz: “Ele possui as chaves do incognoscível, coisa que ninguém, além d'Ele, possui; Ele sabe o eu há na terra e no mar; e não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência; não há um só grão, no seio da terra, ou nada verde, ou seco, que não esteja registrado no Livro lúcido”.