O homem chega a compreender suas responsabilidades somente quando alcança a distinção entre o certo e o errado. Então, está apto a respeitar as ordens do sistema da vida e a aderir à corrente das decisivas escolhas, das quais a felicidade e a integridade dependem. Isto é, ele está apto a criar a harmonia entre seu comportamento e suas necessidades espirituais e físicas.
Várias responsabilidades
Cumprir as responsabilidades materiais e espirituais é uma necessidade atestada pela razão e pela consciência, ambas, convocam o homem a buscar com perseverança o progresso e condenam os fatores que provocam o desequilíbrio no sistema da vida. O cumprimento das responsabilidades desempenha um grande papel no aprimoramento da conduta e da espiritualidade.
Malgrado algumas crenças, a responsabilidade não é escravidão, mas a verdadeira liberdade. A responsabilidade delineia para o homem a ordem comportamental que corresponde ao mais adequado modo de viver. As responsabilidades existem enquanto o homem existe, porém, de formas variadas. É de se esperar que uma pessoa cumpra suas responsabilidades somente quando ela for capaz e desejar fazê-lo.
A irresponsabilidade ou a violação das normas é apenas ignorância dos fundamentos da vida e uma introdução à infelicidade e à destruição. Não há um erro maior do que a desconsideração para com os membros da sociedade.
Portanto, devemos impedir o processo de eliminação dos deveres individuais em nome da satisfação dos desejos. Pessoas que são cativas de seus desejos dão preferência aos caprichos e interesses pessoais frente aos deveres, o que constitui a raiz de seu fracasso e inaptidão para alcançar a integridade humana.
Várias responsabilidades
De acordo com o Dr. Carl: “Um homem que se considera livre para fazer qualquer coisa não é como uma águia que voa nos céus sem fim. Ele se parece com um cão vadio que se vê no meio de uma rua cheia de automóveis. Esse homem pode ser comparado ao cão que faz tudo o que os seus desejos ordenam, porém, o homem é mais desorientado do que o cão porque não sabe para onde ir ou como se livrar dos muitos perigos que o rondam. Todos concordamos que a natureza está submetida a determinadas leis. Também temos que compreender que a vida do homem deve conter uma série de leis e regulamentos. Nos imaginamos seres totalmente independentes da natureza, e que fazemos tudo o que desejamos. Não queremos admitir que o controle de nossa vida não seja algo diferente do que dirigir veículos, do ponto de vista que ambas as ações exigem aderência à determinadas normas. É como se pensássemos que a verdadeira finalidade (da vida) do homem fosse comer, beber, dormir, manter relações sexuais, possuir um carro, um rádio, etc”.
A obediência às normas é essencial e imprescindível para a sociedade humana. Aqueles que confiam em suas aptidões pessoais podem observar os fatos da vida com a luz da razão e da lógica; e, por conseguinte, podem se comprometer a cumprir os vários deveres.
Organizam suas vidas de acordo com os fundamentos da retidão e da verdade e aceitam seus deveres sem reclamação. Se uma pessoa assim falhar de algum modo, ainda assim pode encontrar razão para se orgulhar, pois o fracasso não ocorre senão depois do cumprimento das responsabilidades.
Devemos procurar a felicidade na satisfação real. A satisfação e a tranquilidade proporcionam o sucesso àqueles que atendem ao chamado de sua consciência. A recompensa dos que observam suas responsabilidades é a autoconfiança e a harmonia da mente e da consciência. Esse sentimento reconfortante se origina da alma dos que cumprem suas responsabilidades na vida.
Fonte:
Livro: Da Orientação do Islam XIX – Os Jovens e a Moral. seyyed Mojtaba Mousavi lari