-“AS-Sahifatu- As Sjjadíya” é uma joia literária que expressa todos aqueles momentos em que o servo precisa encontrar Deus e transmitir suas necessidades, fraquezas, desejos, sentimentos, e transmitir o que está dentro de seu ser, para que, através da súplica, possa de alguma forma se levantar e se encontrar com Deus.
As-Sahifatu-As Sajjadíya Súplica Número LI
As-Sahifatu- As Sajjadíya (Súplicas) Do Imam 'Alí Ibn Al Hussain As-Sajjad (A.S.)
Ali Ibn Hussain Ibn Ali Ibn Abi Talib conhecido como Imam Sajjad e Zain al-Abidin é o quarto Imam infalível (que a paz esteja com ele).
Súplica Número LI
Sua súplica em atitude de temor a Deus.
01 - Ó meu Deus, Verdadeiramente, Tu me criaste equilibrado, sem defeitos, educaste- me quando ainda criança e me brindaste com o sustento na medida do necessário.
02 - Ó meu Deus, encontrei no que revelaste de Teu livro, com o qual tem anunciado aos Teus servos, dizendo: “Dize: Ó servos meus, que se excederam contra si próprios, não desespereis da misericórdia de Deus; certamente, Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo.”[1] Pois, antes disto surgiram de mim obras que Tu bem conheces, e Tu conheces melhor do que eu a respeito delas. Então, ai de mim, por aquilo que consta contra mim em Teu livro de registro quanto as minhas ações!
03 - Pois, se eu não tivesse esperanças em Teu perdão, o qual abarca todas as coisas, certamente já teria desesperado (por meus imensos pecados e más obras). E se alguém tivesse o poder de escapar de seu Senhor, certamente, eu seria o mais merecedor de escapar de Ti. Em verdade nada se oculta de Ti nem na terra, nem no céu, sem que Tu o faças que se apresente. Tu és Suficiente para retribuir e para ajustar os cálculos.
04 - Ó meu Deus, por certo se eu fujo, Tu me procuras. E se escapo Tu me atinges. Pois, neste momento perante Ti estou submetido, humilhado, com o rosto sobre o solo. Se me castigas, certamente eu sou merecedor disso, e isto seria, ó Senhor, uma justiça de Tua parte. E se me dispensas já anteriormente e desde o princípio me abarcou Tua dispensa, Tu me cobriste com Teu manto de bem-estar.
05 - Então, Peço-te, Ó Deus, por Teus nomes reservados, e pelas luzes de Tua beleza, que foram ocultadas pelos véus. Tem misericórdia desta alma desassossegada e deste punhado de ossos debilitados, que não podem suportar o calor de Teu sol, como podem suportar o ardor de Teu Inferno? E não podem tolerar o som de Teu trovão, e como podem tolerar a voz de Tua ira?
06 – Ó meu Deus, tenha misericórdia de mim, porque eu sou um homem insignificante e minha força é escassa. Meu castigo não é algo que aumentaria Tua soberania nem sequer no peso de um átomo. E, se meu castigo tivesse algo que incrementasse Tua soberania, Te pediria suportá-lo e me agradaria isto pelo crescimento do mesmo. Mas Tua soberania, ó Deus, é grandiosa, e Teu reino é mais permanente de poder do que ser acrescentado pela obediência dos obedientes ou minguado pela desobediência dos pecadores. Então, tenha misericórdia de mim, ó o mais Misericordioso dos misericordiosos, e me perdoa, ó dotado da grandeza suprema e majestade! E aceita minha contrição. Certamente, tu és Quem aceita o arrependimento e és Misericordioso.
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[1] O Alcorão Sagrado. Capítulo 39 (Os Grupos), Versículo 53.
