Malcolm X: Nunca testemunhei tão sincera hospitalidade e espírito irresistível de verdadeira fraternidade como a que é praticada por pessoas de todas as cores e raças aqui nesta Terra Sagrada, onde há a casa de Abraão, a lembrança de Mohammad e de todos os outros profetas das escrituras sagradas. Por toda semana passada fiquei consternado e encantado pela graça exposta ao meu redor, por pessoas de todas as cores. Estávamos todos participando do mesmo ritual, mostrando um espírito de unidade e fraternidade tal que minhas experiências na América me levaram a crer que nunca existiria entre o branco e o não-branco. A América necessita compreender o Islam!"
21 de fevereiro, 57 anos do martírio de Malcolm X.
A histórica figura de Malcolm X marcou de forma indelével a trajetória dos afro-americanos em sua luta pelos direitos civis. Ainda que por muito tempo tenham propositadamente tentado atacar a grandeza e a importância de sua contribuição, identificando sua mensagem com um radicalismo intolerante, o povo afro-americano e os muçulmanos de uma forma geral, mantiveram seu reconhecimento e sua reverência a Malcolm X como um autêntico líder.
Como liderança, Malcolm jamais deixou de incentivar as pessoas a se autovalorizarem, a exigirem seus direitos, a se instruírem a fim de atuarem de maneira organizada e principalmente a não se deixarem intimidar pelos racistas.
Tão surpreendente quanto a sua trajetória de uma vida em ruínas para a condição de homem regenerado, foi a sua capacidade de revisar suas ideias e de aprimorar seus princípios, superando as amarguras e ressentimentos pessoais (absolutamente justos) para afirmar com plena convicção sua condição de muçulmano, de combatente pela verdade e pela justiça.
Quando da ocasião de seu retorno do Hajj (peregrinação a Mecca) Malcolm escreveu uma carta a seus assistentes na recém-formada Mesquita Muçulmana no Harlem, a mesma carta foi distribuída à imprensa e marcou o início de uma nova etapa em sua militância política. Eis um trecho dessa carta, onde ele aborda a importância do Islam e da espiritualidade sincera no combate à discriminação, racismo e preconceito:
“Nunca testemunhei tão sincera hospitalidade e espírito irresistível de verdadeira fraternidade como a que é praticada por pessoas de todas as cores e raças aqui nesta Terra Sagrada, onde há a casa de Abraão, a lembrança de Mohammad e de todos os outros profetas das escrituras sagradas. Por toda semana passada fiquei consternado e encantado pela graça exposta ao meu redor, por pessoas de todas as cores. Estávamos todos participando do mesmo ritual, mostrando um espírito de unidade e fraternidade tal que minhas experiências na América me levaram a crer que nunca existiria entre o branco e o não-branco. A América necessita compreender o Islam!"