A imposição e a escolha

14:12 - 2021/09/07

Deus é generoso e misericordioso, e jamais irá impor algo sobre Seus servos sem que eles tenham condições de praticar aquilo, e jamais iria castigá-los pelo que não tenham praticado. E ao mesmo tempo, dizer que tudo está sob a escolha é como se admitisse que Deus não teria o poder de impor algo, e isso está totalmente distante da sabedoria e da autoridade divina.

A imposição e a escolha

Uma das questões que tem ligação com a justiça divina é a questão da imposição e da escolha. As pessoas, de uma forma geral, e os muçulmanos de uma forma especifica, discordaram sobre a questão da imposição e da escolha e se dividiram em três grupos. O Imam Assadeq (que a paz esteja com ele) falou a respeito nos falando qual dos três grupos estaria certo.

O Imam Assadeq (que a paz esteja com ele) disse: Não há imposição e nem escolha no Islam, e sim algo intermediário”.

“Não há imposição” é uma resposta aos que defendem a teoria da imposição, chamados de “Jabriyah”, e “nem escolha” é uma resposta aos que defendem a escolha, o correto é algo intermediário, que os Imamitas defendem.

Dizer que há imposição é como admitir a injustiça de Deus o Altíssimo sobre seus servos e isso é um grande pecado.

Deus é generoso e misericordioso, e jamais irá impor algo sobre Seus servos sem que eles tenham condições de praticar aquilo, e jamais iria castigá-los pelo que não tenham praticado. E ao mesmo tempo, dizer que tudo está sob a escolha é como se admitisse que Deus não teria o poder de impor algo, e isso está totalmente distante da sabedoria e da autoridade divina.

Depois de termos analisado estas duas teorias e olhado suas falhas sobrará apenas a terceira opção, que é algo intermediário.

O servo carrega em si o poder do livre arbítrio e desta forma o que Deus determinou sobre seus servos se transforma em algo justo de verdade. Deus foi quem deu o poder da prática para as pessoas e ao mesmo tempo deu o poder de não praticar.

Ele deu a escolha de praticar ou não praticar, e é a isso que o Imam se referiu quando disse “Amr bem Amrain” algo entre as duas coisas, o intermediário.Os Jaberiun dizem que o ser humano é como se fosse alguém forçado a realizar suas práticas, seus dizeres e suas condutas, e que o movimento de seu corpo é como se fosse as peças de uma máquina, sempre obrigados a praticar aquilo que foram designados.

Nós dizemos: como Deus pode obrigar o ser humano a praticar algo e depois castigá-lo por aquela pratica? E com base nisso, se admitirmos esta teoria então os termos “recompensa”, “castigo”,“paraíso” ou “inferno” não teriam mais signif i cado algum. Também, os termos como “livro de registro das ações”, julgamento divino” ou “cobrança”, termos revelados no Alcorão Sagrado, reverenciando os benfeitores e virtuosos e amaldiçoando os malfeitores, seriam insignif i cantes. Isso porque os Jaberiun dizem que: Não há nenhum benfeitor que pratique sob sua vontade, e nenhum malfeitor com a escolha de deixar de praticar o mal.

E mesmo assim se ignorarmos tudo isso e perguntarmos: Será que podemos obrigar alguém a praticar algo e responsab lizá-lo por aquela prática sem ter dado a opção dele deixar de praticar aquilo? É certo pedir para alguém a que não se molhe depois de amarrá-lo e jogá-lo ao mar? O poeta diz:O jogaram amarrado e lhe disseram Cuidado e jamais se molhe... Alguns Jaberiun usam como argumento a teoria do “conhecimento de Deus”. Eles dizem: Deus não sabe que, por exemplo, o fulano iria matar ou iria beber em tal data ou hora? Se a resposta for não, então signif i caria que Deus não sabe e isso está errado, e se for sim então signif i caria que esta pessoa estaria praticando algo que Deus já sabia, senão o conhecimento de Deus seria contrário à realidade. E para que o conhecimento de Deus possa se concretizar os pecadores e os malfeitores devem praticar seus pecados e erros da mesma forma que os virtuosos e os benfeitores são obrigados a praticar suas boas ações.

Aqueles quem usam estes pretextos por trás de seus crimes, delitos e pecados na verdade ignoram uma realidade, que é: Deus, desde sua existência inf i nita, sabe que nossas ações e práticas, tanto boas ou más, serão com base em nossa escolhas, ou seja, nossas escolhas e vontades são conhecidas por Deus, o Altíssimo, e isso significa que a teoria da imposição é contrária ao conhecimento de Deus, o Altíssimo.

Então, meditem nisso! E para uma melhor explicação: vamos supor que um professor sabe que tal estudante é um péssimo aluno e que irá ser reprovado no final do ano, e ele está totalmente convicto que isso irá ocorrer de acordo com sua experiência e conhecimento. Será que o aluno tem razão de no final do ano questionar e reclamar para o seu professor sob o pretexto de que ele antecipou sua reprovação ou que o seu professor sabia que ele iria ser reprovado?

Outro exemplo que podemos dar é quando os cientistas preveem um eclipse solar ou lunar, ou, por exemplo, uma tempestade ou furacão. Será que após o acontecimento alguém tem direito ou razão em jogar a culpa nos cientistas por terem revelado o que iria acontecer? O conhecimento deles não tem ligação com o motivo daqueles acontecimentos. Não há ligação entre o conhecimento de Deus com os delitos do indivíduo ou a obediência dele. Resumindo, o conhecimento de Deus sobre os fatos não obrigam o indivíduo a praticá-los.

 

A justiça - Asseyd Charif  Sayed Ameli. P 21-24

Outro exemplo que podemos dar é quando os cientistas preveem um eclipse solar ou lunar, ou, por exemplo, uma tempestade ou furacão. Será que após o acontecimento alguém tem direito ou razão em jogar a culpa nos cientistas por terem revelado o que iria acontecer? O conhecimento deles não tem ligação com o motivo daqueles acontecimentos. Não há ligação entre o conhecimento de Deus com os delitos do indivíduo ou a obediência dele. Resumindo, o conhecimento de Deus sobre os fatos não obrigam o indivíduo a praticá-los

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