Nahjul Balagha Sermão nº 210

12:36 - 2021/11/14

-A clássica seleção de sermões, cartas e ditos do Imam Ali ibn abi Taleb (que a paz esteja com ele), o Príncipe dos Fiéis, compilada pelo grande sábio Sharif al-Radhi. Esta obra é a segunda mais importante na literatura ética-moral islâmica, ficando atrás apenas do Alcorão Sagrado, e é um retrato fiel do caráter, eloquência e grandiosidade do Imam Ali (que a paz esteja com ele).

Nahjul Balagha Sermão nº 210

Alguém inquiriu Amirul Muminin(as) sobre as tradições engendradas e os dizeres contraditórios do Profeta (saas), vigentes entre o povo, e o que ele respondeu:
"Em verdade, o que é corrente entre o povo é tanto o certo como o errado, verdadeiro como falso, revogatório como ratificante, generalizado como particularizado, definido como indefinido, exato como conjectura. Mesmo durante os tempos do profeta, dizeres falsos lhe eram atribuídos, tanto que ele foi levado a dizer durante o seu sermão que" quem quer que seja que me atribuir falsidades construirá a sua morada no inferno." Aqueles que relatam as tradições são de quatro categorias, não mais.

Os hipócritas
Primeiramente há o hipócrita, que faz uma demonstração da fé, a aparência de muçulmano; não hesita em pecar, nem se conserva afastado dos vícios; em são consciência atribui coisas falsas ao Profeta (saas). Se as pessoas soubessem que é um hipócrita e mentiroso não aceitariam nada que dele viesse nem confirmariam o que dissesse.(Mas como não sabem) dizem que ele é um companheiro do Profeta, que com ele esteve, ouviu dele e adquiriu dele (o conhecimento). Portanto, aceitam o que ele diz. Eis que Deus bem vos preveniu sobre os hipócritas e os descreveu sobejamente. E eles tiveram continuidade mesmo depois do Profeta (saas) . Obtiveram posições junto aos líderes do extravio e aos que conclamam ao inferno, por meio de falsidades e acusações.Estes os colocaram em elevados postos, fizeram-nos oficiais, acima das outras pessoas e granjearam riquezas mediante isso. As pessoas estão sempre com os governantes e apegadas ao mundo, a não ser aquelas a quem Deus concede proteção. Essa é a primeira das quatro categorias.

Os que estão no erro
Em seguida vem o indivíduo que ouviu (um dito) do profeta, mas não o memorizou como deveria, mas apenas supôs (sobre o mesmo). Esse não mente em sã consciência. Então ele porta o dito consigo e o relata, age de acordo com ele e diz que o ouviu da boca do profeta de Deus (saas). Se os muçulmanos viessem a saber que ele estava enganado quanto aquilo, não o aceitariam e se ele próprio soubesse, desistiria (daquela ação).

Os ignorantes
O terceiro homem é aquele que ouviu o Profeta (saas) ordenar que se fizesse algo, porém, mais tarde, sabendo-a, ele (o profeta) proibiu as pessoas de continuarem a faze-la, mas tal homem não se conscientizou disso; ou que ouviu o Profeta(saas) proibir algo (temporariamente) e que depois, permitiu que as pessoas o fizessem, mas tal homem não tomou conhecimento disso. Desse modo, ele reteve em sua mente o que havia sido proibido e não reteve a tradição que revogava a proibição. Se ele soubesse que (tal tradição) tinha sido anulada, ele a teria rejeitado, ou se os muçulmanos soubessem, quando dele ouviram que ela havia sido anulada, a teriam rejeitado."
 

Os comunicadores verazes
O último, ou seja, o quarto homem, é aquele que não fala mentiras sobre Deus e seu Profeta (saas). Odeia a falsidade por causa do temor a Deus e do respeito ao Profeta de Deus(saas), não comete erros, as retém (na mente) com exatidão o que ouviu (do profeta) e o relata como o ouviu sem nada acrescentar ou omitir. Se ouve as tradições que confirmam, as segue e se ouve tradições que anulam, rejeita o que foi anulado. Entende ainda, o particularizado e dá a todas as coisas sua devida posição.

Conhece tambem o definido e o indefinido
Os dizeres do Profeta (saas) costumavam ser de dois tipos.
Um era particular e outro comum (geral). Às vezes uma pessoa o ouvia, mas não sabia o que Deus ou seu Profeta (saas) queriam dizer com aquilo. Desse modo, o ouvinte aprendia e memorizava, sem contudo saber o significado ou a real intenção, ou qual era a razão.Entre os companheiros do Profeta de Deus (saas), ninguém tinha o hábito de lhe fazer perguntas e de pedir os significados, tanto que sempre desejavam que um forasteiro lhe perguntasse para que pudessem ouvir. Sempre que tal coisa me ocorria, eu lhe perguntava o significado e (ao saber) o preservava. Essas são as razões e as bases das diferenças entre as pessoas, no que concerne as tradições.

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