Não há dúvida que o homem não pode se afastar da vida em sociedade e viver recluso. Ele é uma criatura dependente cujas necessidades não conhecem limite. A realidade é que o homem é socialmente dependente em conformidade com sua natureza e necessidades, o que lhe permite viver à sombra protetora da cooperação.
Por que Não Perdoamos?
A vida social tem várias exigências que limitam o homem a determinadas normas e deveres dos quais depende o sucesso na vida. A vida social, o mais influente fator no desenvolvimento do caráter humano, pode não estar limitada a entidades materiais, mas sim, se manifestar em relações sociais que podem resultar da união entre espírito ou outras relações humanas. Se uma sociedade goza de unidade visível e espiritual que se apoie numa união coletiva dos espíritos, é praticamente impossível que a vida perca sua beleza e serenidade.
Uma de nossas obrigações básicas no campo das relações humanas é sermos capazes de perdoar os erros dos outros. Esta obrigação nos é ditada pela necessidade de relações contínuas. O melhor caminho para a uma vida pacífica é simplesmente viver em paz com os outros.
O indivíduo não deve desconsiderar o fato de que ninguém neste mundo é infalível, e que as pessoas normais,
equilibradas e educadas raramente são encontradas. Devemos também lembrar que mesmo os de caráter mais nobre não são infalíveis. Assim sendo, é dever de todos tolerar os erros imprevisíveis cometidos pelos outros. Em muitos casos, a confissão é uma parte essencial no encontro de uma paz estável e duradoura.
Um antigo poeta diz que parte do tempo de cada pessoa é o que ela tenha acostumado a si mesma. O que o homem se acostuma a manifestar de seu estado espiritual e comportamental? O perdão é uma manifestação visível da vontade virtuosa e do autocontrole, que são variações da coragem e da força. Os indivíduos que perdoam gozam de incalculável tranquilidade espiritual. Neles habitam a vontade férrea e a maturidade espiritual que são fontes de bondade; um fato determinante na libertação humana das correntes da servidão espiritual. Desconsiderar os erros alheios são um pesado fardo na natureza do homem.
Por que Não Perdoamos?
É difícil para ele aceitar as características indesejáveis; entretanto, quanto mais força adquira nesse campo, menos sofrerá com a perturbação em seu espírito. Na verdade, se tornará uma misericórdia para o mundo. Outro ponto importante a respeito é que o perdão, indubitavelmente, influencia até mesmo os sentimentos do inimigo, promovendo rápida transformação em seu pensamento e conduta. Existem muitos casos em que relacionamentos tensos são melhorados à sombra do perdão; muito são os casos em que o ódio e a profunda inimizade se transformaram em serenidade e dedicação; e que um inimigo passou a respeitar um homem que se equipou com bondade e pensamentos de perdão.
De acordo com os sábios: “Um grande talento do homem, o qual não se encontra nos animais, é o perdão ou a capacidade de relevar os erros alheios. Quando você é prejudicado pelos outros, tem uma oportunidade de perdoar e gozar do sentimento de perdão. Fomos ensinados a perdoar nossos inimigos, porém, jamais nos pediram para relevar os erros de nossos pais e amigos, pois, se espera naturalmente que se perdoe os erros”.
Quando você busca se vingar de seu inimigo, se coloca na mesma posição que ele, pois, o trata da mesma maneira que ele o tratou, no entanto, você obteria nobreza se o perdoasse. Quando buscamos vingança é possível que a pessoa seja mais forte do que nós, mas quando perdoamos nosso inimigo, somos definitivamente vitoriosos. Com o perdão, somos capazes de derrotar nossos inimigos sem luta, e forçá-los a serem humildes conosco. Abandonar os rivais e evitar o embate com eles é o melhor método de defesa que podemos adotar contra eles, então sua derrota é iminente.