O Islã condena enfaticamente a violação das promessas, e tornou ilegal e antiético para seus seguidores que violem seus juramentos, mesmo se tenham sido feitos a tiranos ou a banidos da sociedade.
O Islã Proíbe o Faltar com a Palavra
O homem deve se comportar de modo sensato para que possa ser considerado um ser humano. O sucesso das sociedades humanas depende inteiramente da união de seus membros. Assim, é de especial importância que toda pessoa conduza sua vida de acordo com os princípios da verdade e da justiça, e que se esforce sinceramente para se afastar de qualquer ação que venha a provocar a dissensão.
Ademais, se a santidade dos juramentos e promessas se origina da fé e da moralidade, devem (tais compromissos) ser respeitados.
Imam Al Baqir (que a paz esteja com ele) disse: “Existem três assuntos aos quais Allah não permite (violação): A cessão de confiança, quer seja ao justo ou ao fraudulento; o cumprimento das promessas, quer seja ao justo ou ao fraudulento, e a bondade para com os pais, quer sejam eles justos ou pecadores”. [1]
O Alcorão descreve os crentes da seguinte maneira: “Os que respeitam suas obrigações e pactos…”[2]
“… e cumpri o convencionado, porque o convencionado será reivindicado”.[3]
Além disso, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) incluiu o ato de faltar com a palavra entre os sinais da hipocrisia. Ele disse: “Existem quatro características que aquele que as possuir será considerado um hipócrita. Se uma delas for encontrada nele, será um hipócrita até que a abandone: Aquele que quando conta algo, mente; aquele que quando promete algo, não cumpre; aquele que quando faz um acordo, comete traição; aquele que quando discute com alguém, se excede (no que diz)”.[4]
O Islã Proíbe o Faltar com a Palavra
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) escreveu o seguinte para Malik Al Ashtar:
“Não te vanglories a teus servos acerca de tua bondade (com eles) nem prefiras a ti próprio a eles, tampouco faças promessas a eles deixando de cumpri-las; pois, a vanglória frustra a bondade, a preferência oculta a luz da retidão, e a traição (no que se promete) merece a desaprovação de Deus e das pessoas. Deus, Glorificado Seja, disse: “E reprovável aos olhos de Deus que digas aquilo que não praticas”. [5]O Imam Ali (que a paz esteja com ele) disse: “O cumprimento (das promessas) é gêmeo da fidelidade, e eu não conheço melhor escudo do que esse (a fidelidade)”. [6]
O Islã dá uma importância especial à educação dos filhos, esclarecendo aos pais sobre os deveres morais para com seus filhos por meio de ordens rigorosas e abrangentes. A menos que seus pais cumpram seus deveres de acordo com esses princípios morais, não estarão aptos a ensinar seus filhos sobre a aderência à retidão moral. A razão disso é que as ações falam mais alto do que as palavras. Portanto, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) proibiu o não cumprimento das promessas feitas aos filhos. Ele disse: “Um homem não deve fazer uma promessa a seu filho e não cumpri-la”.[7] Dr. Alindi disse: “Um jovem de dezesseis anos que roubava um carro por dia foi trazido a mim para ser tratado. Descobri que quando o jovem tinha sete ou oito anos seu pai o tinha forçado a entregar seu brinquedo à filha de um aristocrata para quem seu pai trabalhava. Aquele brinquedo, para o jovem, representava um sonho sublime pelo qual ele tinha se esforçado muito para conseguir. Seu pai prometeu comprar um brinquedo substituto, porém, sem que tivesse intenção disso, terminou por esquecer-se de fazê-lo. O desesperado
jovem buscou vingança furtando um doce do bolso de seu pai. No dia seguinte, o jovem entrou numa casa e furtou alguns objetos. Não foi difícil tratá-lo quando foi trazido a mim, é possível que o jovem viesse a ser um perigoso marginal se não fosse apropriadamente tratado. Mas agora suas chances de se tornar um indivíduo sensato e autoconfiante são muito maiores”.
O Imam Ali (que a paz esteja com ele) enfatiza o modo que uma pessoa deve se comportar com seus amigos. Ele disse: “Se tiverdes um amigo íntimo, sede seu servo, conceda-lhe confiança autêntica e verdadeira sinceridade”. [8]É conveniente amar e se relacionar somente com pessoas de bom caráter e boa conduta moral. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse: “O mais feliz entre os homens é aquele que se associa com os bondosos; aquele que não oprime as pessoas quando trata com elas; aquele que não mente; e aquele que quando promete não quebra a promessa. É uma pessoa cujo valor é aperfeiçoado, cuja retidão é manifesta e a fraternidade, essencial”.
Segundo o Dr. Smiles: “Quando você se associa com pessoas espiritualizadas que possuem características nobres, sente uma irresistível força atraindo seu espírito e sua conduta para a excelência e a majestade. A amizade com os que possuem sensatez, nobres traços A infidelidade de personagem e mais experiência é uma coisa muito valiosa; pois, nos dá uma oportunidade de progresso espiritual, nos ensina novas maneiras de comportamento apropriado e dirige nossa visão sobre os outros para um caminho correto”.
Ligar-se com pessoas bondosas nos ensina a generosidade e a gentileza, pois, as boas maneiras se assemelham a uma luz que ilumina tudo o que está ao redor.
[1] (al Kafi v.2 p.162)
[2] Alcorão sagrado. C.23 V.8
[3] Alcorão sagrado. C.17 V.34
[4] (bihar an anwar v.15 p.234)
[5] (mustadrak al wasa’il v.2 p.85)
[6] (ghurar al hikam p.228)
[7] (nahj al fasahah p.20
[8] (ghurar al hikam p.223)
O Islã é uma religião de labor e atividade
O mundo do Islã e os direitos humanos