Al-Mahdi não é somente a personificação de uma doutrina Islâmica de caráter religioso, mas também o tratamento de uma aspiração que a humanidade tem acalentado em suas diferentes doutrinas e crenças religiosas, e a formulação de uma aspiração inata por meio da qual todos os seres humanos, apesar da diversidade de suas doutrinas e as divergências de seus caminhos, reconhecem que a humanidade conhecerá o Dia Prometido quando as Mensagens Divinas realizarão seu objetivo final revelando seu significado grandioso, e quando a difícil marcha através da história, redundará na estabilidade e na tranquilidade depois de tantos esforços”.
Al-Mahdi não é somente a personificação de uma doutrina Islâmica de caráter religioso, mas também o tratamento de uma aspiração que a humanidade tem acalentado em suas diferentes doutrinas e crenças religiosas, e a formulação de uma aspiração inata por meio da qual todos os seres humanos, apesar da diversidade de suas doutrinas e as divergências de seus caminhos, reconhecem que a humanidade conhecerá o Dia Prometido quando as Mensagens Divinas realizarão seu objetivo final revelando seu significado grandioso, e quando a difícil marcha através da história, redundará na estabilidade e na tranquilidade depois de tantos esforços”.
A consciência da chegada iminente desse dia “metafísico” e desse futuro prometido, não é exclusiva daqueles que crêem religiosamente no mistério, pois se estende a outras categorias do pensamento humano e também encontra eco nas ideologias e correntes doutrinárias, as mais contrárias à metafísica e aos mistérios, tal como o materialismo dialético, que explica a história pelas contradições e crê na chegada de um dia em que desaparecerão todas essas contradições, para dar lugar à concórdia e a paz.
Desta maneira, constatamos que a experiência psicológica que a humanidade tem desenvolvido sobre esta consciência através da história, é a maior e a mais generalizada das experiências dos seres humanos. Quando a religião apóia esse sentimento psicológico geral do advento de um dia em que a Terra será coberta de justiça e eqüidade, depois de ter estado cheia de injustiça e desigualdade, se confere um valor objetivo e se eleva numa crença firme no futuro da humanidade, crença que não é somente uma fonte de consolação, mas também uma fonte de força e impulso inesgotável, porque é um foco de luz que resiste a falta de esperança, brilhando no coração do homem apesar das trevas dos dramas e do gigantismo da injustiça, pois o dia prometido mostrará como a justiça pode enfrentar um mundo impregnado de injustiça e desigualdade, destruindo seus pilares com o fim de reconstruí-los sobre uma nova base, conseguindo que a injustiça, tão tirânica, tão poderosa e tão vasta, não represente nada mais do que uma anomalia condenada a desaparecer.
Esta derrota inevitável da injustiça chega a encontrar-se com a submissão de sua glória, devolvendo a todos os homens e a todas as nações que foram ou são vítimas de injustiças, uma grande esperança de poder modificar os “equilíbrios” estabelecidos e re-equilibrar a situação. Se a idéia de Al-Mahdi é anterior a chegada do Islam e ultrapassa os limites dele, os aspectos detalhados que a Mensagem Islâmica definiu são os mais aptos a satisfazer o conjunto de aspirações que desde o princípio da história são ligadas a esta idéia, e também são os aspectos mais animadores para os sentimentos das vítimas das injusti- ças e os condenados da Terra no decorrer da história. Pois o Islam transformou a idéia do mistério em uma realidade, e a trouxe do futuro para o presente. Quando não era mais que uma aspiração, a vinda de um Salvador que este mundo engendraria num futuro distante e desconhecido, o Islam a transformou numa crença na existência efetiva do Salvador, que aspira, como todo o mundo, o Dia Prometido, quando todas as condições objetivas serão reunidas para permitir que desempenhe seu papel determinante.
O número de narrações (hadiths) sobre o Imam Mahdi varia de acordo com diferentes fontes islâmicas, mas muitas coleções de hadiths tanto em fontes xiitas quanto sunitas têm numerosos relatos sobre ele. De acordo com algumas estimativas:
- Fontes Xiitas:
Acredita-se que existam centenas de hadiths que mencionam o Imam Mahdi. Fontes xiitas como "Bihar al-Anwar" de Allama Majlisi compilam uma grande quantidade dessas narrações.
- Fontes Sunitas:
Há também um número significativo de hadiths sobre o Mahdi nas fontes sunitas. Livros como "Sunan Abu Dawood" e "Sahih al-Tirmidhi" contêm várias narrações que mencionam a vinda do Mahdi.
Estima-se que, no total, haja entre 1.000 a 1.200 narrações sobre o Imam Mahdi em diversas coleções de hadiths. Essas narrações vêm de diferentes companheiros do Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele e sua família) e Imames, oferecendo detalhes sobre a identidade, características e sinais da vinda do Mahdi.
Os muçulmanos sunitas também acreditam no conceito do Imam Mahdi, embora haja algumas diferenças na interpretação e ênfase desse conceito em comparação com os muçulmanos xiitas.
Para os muçulmanos sunitas, o Mahdi é um líder justo e piedoso que surgirá no fim dos tempos para restaurar a justiça e guiar as pessoas para o caminho correto. Ele é frequentemente associado com a chegada do Dia do Juízo Final e é considerado um sinal importante do fim dos tempos.
Embora a crença no Mahdi seja mais central para a teologia xiita, muitos estudiosos e tradições sunitas também mencionam a vinda do Mahdi. No entanto, a ênfase e detalhes sobre sua identidade, genealogia e papel podem variar entre as diferentes escolas e tradições dentro do Islã sunita.